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Exército retoma hotel e liberta 156 reféns após ataque terrorista na África

Do UOL, em São Paulo

16/01/2016 09h32Atualizada em 16/01/2016 13h52

O ataque terrorista a um hotel em Burkina Fasso, na África Ocidental, matou ao menos 26 pessoas, segundo o "número parcial de mortos" informado pelo presidente do país, Roch Marc Kaboré. Ele descreveu o ataque como "covarde e vil".

As vítimas fatais são de 18 nacionalidades diferentes, disse o ministro da Segurança, Simon Compaore, em pronunciamento na rádio estatal, mas sem dar mais detalhes.

Um grupo de terroristas invadiu o hotel Splendid e um café na capital de Burkina Fasso, Uagadugu, na noite desta sexta-feira (15), fazendo uma série de reféns. A Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) assumiu a autoria do atentado.

O hotel Splendid fica no distrito financeiro da cidade e é habitualmente frequentado por estrangeiros e funcionários das Nações Unidas.

Três terroristas foram mortos nesse hotel e um quarto teria sido morto em outro, o Yibi, que fica na mesma região.'

Ministro entre os reféns

A operação de resgate se estendeu durante a madrugada deste sábado (16) e terminou com a libertação de 126 reféns. Entre eles, estava um ministro de Estado, Clément Sawadogo, que passa bem. Outras 30 pessoas foram feitas reféns em um restaurante próximo ao hotel. No total, 56 pessoas ficaram feridas no ataque.

Fontes de segurança citadas pela imprensa local afirmaram que algumas das 156 pessoas liberadas foram retidas para investigar um possível envolvimento no ataque. 

Um novo governo para o país foi indicado na última quarta-feira (13), após a eleição do presidente Roch Marc Kaboré, em novembro. Eles decidiram fazer uma reunião de emergência para discutir o incidente.

O primeiro-ministro Paul Kaba Thiéba, depois de uma reunião para avaliar a situação, reiterou a condenação de seu governo diante deste "ato terrorista" e decretou 72 horas de luto nacional.

Carro-bomba e tiroteio

De acordo com a imprensa local, terroristas detonaram um carro-bomba na entrada do hotel e depois começaram a disparar indiscriminadamente contra hóspedes e funcionários.

Segundo testemunhas, ao menos três homens armados e com turbantes participaram do ataque.

A intervenção do Exército no hotel começou por volta das 1h30 (23h30 de sexta em Brasília) e contou com a participação de forças especiais francesas e agentes dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, que têm bases militares no país para lutar contra o terrorismo jihadista na região. 

Também um contingente do exército francês destacado no Mali foi enviado para aumentar a presença militar no país.

Brasil lamenta

Em nota, o governo brasileiro diz condenar "nos mais veementes termos" o ataque terrorista ao hotel Splendid.

"Ao transmitir suas condolências às famílias das vítimas, ao povo e ao governo de Burkina Faso, o Brasil reitera seu firme repúdio a qualquer forma de terrorismo, independentemente de sua motivação".

Outros casos

O ataque ocorre menos de dois meses após o atentado jihadista contra o hotel Radisson Blu de Bamako, capital do Mali, que deixou 20 mortos, incluindo 14 estrangeiros, em 20 de novembro.

Dois grupos reivindicaram o ataque: Al-Murabitun, do argelino Mokhtar Belmokhtar, e a Frente de Libertação de Macina (FLM, movimento jihadista malinense).

Em outra ação, na tarde da sexta (15), as forças de ordem foram atacadas em uma localidade do norte do país, na fronteira com o Mali.

Por volta das 14h (12h de Brasília), cerca de 20 indivíduos não identificados, com armas pesadas, lançaram um ataque contra as forças da ordem em missão na cidade de Tin Abao, localidade situada próximo de Tin Akoff, a 40 km de Gorom-Gorom.

Ao menos duas pessoas morreram. Um policial e um civil, e dois policiais feridos, um deles com gravidade".

(Com agências internacionais)