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Pesquisa aponta vitória apertada pró-permanência britânica na União Europeia

23.jun.2016 - O premiê britânico, David Cameron, e sua muler, Samantha, deixam seção eleitoral após votarem no referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, em Londres - Xinhua/Han Yan - Xinhua/Han Yan
Líder do grupo pró-UE, o premiê britânico, David Cameron, deixa seção eleitoral ao lado de sua mulher, Samantha
Imagem: Xinhua/Han Yan

Do UOL, em São Paulo

23/06/2016 18h43Atualizada em 23/06/2016 20h52

Uma pesquisa de opinião atribuiu um resultado de 52% de votos a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia contra 48% pela saída do bloco, informou a organização YouGov, no encerramento do histórico referendo britânico desta quinta-feira (23).

A pesquisa foi feita hoje, online, em meio à votação realizada em todo o Reino Unido, e não é de boca de urna (sondagem feita com eleitores logo após eles deixarem o local de votação, considerada mais confiável). Cinco mil pessoas foram consultadas sobre qual opção escolheram, segundo a YouGov.

O resultado foi divulgado às 22h locais (18h em Brasília), no momento em que as votações foram encerradas.

"Os resultados são apertados e é cedo demais para dá-los como definitivos. Mas estes resultados, somados às tendências recentes e a históricos precedentes, sugerem uma vitória da permanência" na UE, afirmou a YouGov em um comunicado.

A pesquisa da YouGov se junta a outras sondagens feitas nos últimos dias que indicam a permanência britânica. De acordo com o jornal "The Guardian", os mercados responderam positivamente à possibilidade de o país continuar na UE, com a libra atingindo seu maior patamar em relação ao dólar desde setembro do ano passado (1 libra valendo US$ 1,50). 

Cerca de 46,5 milhões de pessoas estavam convocadas a participar da consulta popular, o maior número de eleitores registrados para uma votação da história do Reino Unido.

A apuração das cédulas começou nas 382 zonas eleitorais às 22h locais (18h de Brasília), quando as urnas fecharam após 15 horas de votação. O processo deve avançar pela madrugada de sexta-feira pelo horário londrino.

Primeiras resultados divulgados

O Estreito de Gibraltar, um pequeno território britânico no continente europeu, ao sul da Espanha, foi o primeiro local a ter seu resultado divulgado, com uma vantagem total pela permanência. Cerca de 20 mil eleitores votaram, com 95,9% escolhendo que o Reino Unido permaneça na UE, enquanto 4,1% votou pela saída. Por volta das 20h, outros três distritos mostraram vitória pela permanência: Newcastle (50,7% contra 49,3%), Orkney Islands (63,2% contra 36,8%) e Clackmannanshire (57,8% contra 42,2%).

Mas pouco depois, o lado a favor da saída conseguiu sua primeira vitória, em peso, em Sunderland, registrando 61,3% contra 38,7% do grupo pró-UE. Os resultados em Sunderland, com cerca de 130 mil eleitores, deixaram o grupo a favor da saída ligeiramente na frente.

Segundo analistas, a vitória do "sair" em Sunderland era esperada, mas não por uma margem tão grande. A divulgação do resultado diminuiu o otimismo do grupo contra o "Brexit" e do próprio mercado, com o preço da libra voltando a cair com a expectativa de uma eventual saída britânica da União Europeia.

Líder pró-saída acha que permanência deve ganhar

Nigel Farage, do partido ultraconservador Ukip (Partido da Independência do Reino Unido), afirmou que o resultado deverá ser mesmo a permanência. A saída da UE é uma das principais bandeiras defendidas pelo Ukip.

"Foi uma campanha extraordinária, parece que a presença dos eleitores foi excepcionalmente alta e aparentemente o 'fica' irá ganhar", disse Farage, acrescentando que seu partido "continuará a crescer no futuro".

Mais tarde, ele disse que não se tratava de reconhecer a derrota, mas ressaltou que os registros feitos de última hora, de eleitores a favor da permanência, podem "ter feito a diferença". Ele também disse que a semente do "eurocetismo", a inclinação anti-União Europeia, foi plantada, e que já há grupos contra o bloco em outros países, como a Itália.

"Independentemente do resultado, digo: se perdemos essa batalha hoje, ainda venceremos a guerra", afirmou. "Vamos reconquistar nosso país."(Com agências internacionais)