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Futura primeira-ministra britânica promete transformar "brexit" em êxito

Theresa May concede entrevista aos jornalistas após ser confirmada como líder do Partido Conservador, em Londres - Neil Hall/ Reuters
Theresa May concede entrevista aos jornalistas após ser confirmada como líder do Partido Conservador, em Londres Imagem: Neil Hall/ Reuters

Do UOL, em São Paulo

11/07/2016 14h20

A líder do Partido Conservador do Reino Unido, Theresa May, que será designada primeira-ministra do país na próxima quarta-feira, afirmou nesta segunda que seu objetivo é fazer do "Brexit" um "êxito" para o Reino Unido.

May pediu que o país se una sob o seu comando, prometendo tornar um sucesso a negociação para sair da União Europeia.

Após receber a confirmação oficial de que venceu a disputa pela liderança do Partido Conservador após a saída da única outra candidata, May afirmou a repórteres: "A saída britânica da UE significa saída britânica e vamos fazer isso com sucesso ...precisamos unir nosso país".

Acompanhada por dezenas de deputados conservadores em frente ao parlamento britânico, May afirmou que o Reino Unido passa por "tempos de incerteza política e econômica", mas reiterou que trabalhará para conseguir "o melhor acordo" com Bruxelas para que o país deixe a União Europeia (UE).

Mais cedo, May, uma eurocética que passou para o campo dos partidários por se manter na UE durante a campanha para o referendo, disse que respeitará a vitória dos pró-Brexit, deixando poucas esperanças para aqueles que pedem uma segunda consulta sobre a UE.

"Não poderia ser mais clara: não haverá uma tentativa para permanecer na UE", disse em uma declaração realizada em Birmingham (centro da Inglaterra).

May deve ser empossada como primeira-ministra na quarta-feira, sucedendo David Cameron. Ela se tornará na segunda mulher a assumir o cargo de primeiro-ministro do país.

Reviravolta

A corrida pela sucessão de David Cameron deu nesta segunda-feira uma guinada com a saída da secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom, abrindo caminho para que a ministra do Interior, Theresa May, se torne a próxima primeira-ministra do país.

Leadsom, pró-Brexit, jogou a toalha durante um breve discurso à imprensa em Londres, apenas quatro dias depois de ter sido selecionada pelos deputados para competir como futura líder do partido conservador e pelo cargo de primeira-ministra britânica.

Reconhecendo que May conta com maior apoio por parte dos parlamentares "tories", Leadsom se alinhou a ela.

"Encontra-se idealmente posicionada para colocar em andamento o Brexit da melhor maneira possível para os britânicos, e prometeu que o fará", declarou a secretária de Estado.

Com esta desistência, May fica livre para suceder David Cameron, que anunciou sua renúncia no dia 24 de junho, pouco depois da divulgação do resultado do referendo sobre a permanência do país na União Europeia (UE).

Horas após a desistência de Ladsom, Cameron anunciou que May se tornará a nova primeira-ministra britânica na quarta-feira.

"Teremos uma nova primeira-ministra neste prédio atrás de mim na noite de quarta-feira", disse Cameron aos jornalistas posicionados diante de sua residência em Downing Street, acrescentando que manterá sua última sessão de perguntas como primeiro-ministro no Parlamento na quarta-feira, antes de se reunir com a rainha Elizabeth II para renunciar.

Partido Trabalhista

Enquanto isso a guerra prosseguia no seio da oposição trabalhista, depois que a deputada Angela Eagle anunciou sua candidatura para retirar Jeremy Corbyn da liderança da formação.

Esta candidatura abre caminho para novas eleições para designar o chefe do partido, no qual as divisões foram amplificadas após a vitória do Brexit.

Eleito triunfalmente em setembro passado à frente do 'Labour' graças aos votos dos militantes, Corbyn não conseguiu se impor entre vários dirigentes do partido, que o consideram muito à esquerda e incapaz de vencer as eleições legislativas.

As críticas foram redobradas nas últimas semanas, com o voto de uma moção de confiança dos deputados trabalhistas e a renúncia dos dois terços de seu gabinete fantasma. (Com agências internacionais)