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Muçulmanos são um terço dos mortos em atentado terrorista em Nice

Do UOL, em São Paulo

19/07/2016 18h56

Quando um tunisiano muçulmano atropelou uma multidão em Nice, na França, na semana passada, em um ataque reivindicado pelo Estado Islâmico, um terço de suas 84 vítimas também eram muçulmanas. A estimativa foi dada por Kawthar Ben Salem, porta-voz da União dos Muçulmanos dos Alpes-Marítimos, que está encarregada dos funerais de pelo menos 30 das vítimas do atentado no dia da Queda da Bastilha, incluindo homens, mulheres e crianças.

A Promotoria de Paris, que está encarregada das investigações de terrorismo, afirma que os 84 mortos no ataque foram identificados oficialmente. Segundo o órgão, o número de feridos chegou a 308.

Cerca de 120 mil pessoas na região de Nice são descendentes do Magrebe, que inclui países como Argélia, Tunísia e Marrocos. A cidade também é um destino famoso entre muçulmanos do Senegal e de outros países africanos cujas língua oficial é o francês.

"Isso é complicado em termos de luto para todo o mundo. É também um pouco complicado para a comunidade muçulmana, que tem medo de que atos de violência” dirigida a ela, disse Ben Salem.

Para os muçulmanos mortos no atentado, a organização islâmica conduzirá o ritual do Islã para o tratamento dos corpos e fará as orações. Dependendo do desejo dos parentes, os corpos serão enterrados em Nice ou repatriados para os países de origem das vítimas.

A primeira vítima de Mohamed Lahouaiej Bouhlel, motorista do caminhão, foi a muçulmana Fatima Charrihi, francesa muçulmana praticante de origem marroquina de 62 anos e mãe de sete filhos. Ela tinha acompanhado a queima de fogos com os sobrinhos quando foi atingida e morreu no local.

Quase metade das pessoas mortas em 14 de julho no ataque em Nice eram cidadãos estrangeiros, com 38 das 84 vítimas provenientes de 19 países diferentes, informou nesta terça-feira o ministério das Relações Exteriores francês.

As vítimas estrangeiras vieram dos seguintes países: Argélia, Alemanha, Armênia, Bélgica, Brasil, Estônia, Estados Unidos, Geórgia, Itália, Cazaquistão, Madagáscar, Marrocos, Polônia, Romênia, Rússia, Suíça, Tunísia, Turquia e Ucrânia, de acordo com o porta-voz Romain Nadal.

O ministério afirmou que a lista de feridos não foi finalizada, mas quando os casos são incluídos o número de países implicados na tragédia chega a 29. Ainda há 19 feridos em estado crítico. (Com NYT, Reuters e AFP)