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Suspeito de matar família brasileira na Espanha está no Brasil, diz polícia

Polícia encontra corpos de brasileiros

Efe

Do UOL, em São Paulo

05/10/2016 10h29

O suspeito de matar uma família brasileira na Espanha em setembro está no Brasil, segundo a Guarda Civil espanhola, que investiga o caso.

O jovem suspeito, de 19 anos, está no Brasil desde 20 de setembro, e desde 22 do mesmo mês pesa sobre ele uma ordem de detenção internacional emitida pela justiça espanhola.

Os investigadores disseram que ele tinha uma passagem de volta ao Brasil marcada para 16 de novembro. No entanto, em 19 de setembro, 24 horas após a descoberta dos corpos, mudou apressadamente sua passagem para voltar no dia seguinte.

Os corpos da família procedente da Paraíba foram encontrados no dia 18 de setembro dentro de sacos plásticos em sua casa em Pioz, uma tranquila localidade de 4.000 habitantes localizada 60 km a leste de Madri. Os adultos foram esquartejados, e um vizinho alertou a polícia devido ao mau cheiro que emanava da casa. A última vez em que o pai foi visto foi em 17 de agosto.

As vítimas são Marcos Campos Nogueira, sua mulher Janaína Santos Américo e seus dois filhos, de apenas um e quatro anos.

Em uma entrevista à imprensa na cidade de Guadalajara (Espanha), a Guarda Civil disse ter "muitos indícios razoáveis e provas inquestionáveis" de que o sobrinho de vítima foi o autor material do crime.

O jovem depôs neste fim de semana na polícia brasileira e está em liberdade. A Guarda Civil disse não estar em condições de explicar esse fato, e limitou-se a dizer que "a polícia brasileira tem sua localização".

A Guarda Civil também não quis falar sobre o motivo do crime, afirmando que boa parte da investigação segue em segredo de justiça e que há muitos elementos envolvidos.

O suspeito não tinha "nenhum tipo de relação com o crime organizado", segundo os investigadores. Também não há pistas de que tenha contado com um cúmplice ou ajudante.

Segundo a Guarda Civil, o jovem tinha um passado violento (agrediu gravemente um professor no Brasil) e apresenta um perfil de "psicoticismo", marcado por seu egoísmo, narcisismo e "falta de apego à vida humana".

Segundo a Guarda Civil, o suspeito não tinha emprego e viveu durante quatro meses com a família assassinada na região de Torrejón de Ardoz, muito próxima a Madri, onde Marcos Campos e sua família moraram antes de se mudar a Pioz.

Marcos era cozinheiro e havia trabalhado anteriormente em outras cidades espanholas, como La Coruña e Valladolid. (Com as agências internacionais)