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Com aproximação de furacão, Flórida ordena saída de 1,5 milhão de moradores

Moradora leva seus pertences ao deixar sua casa por causa da aproximação do furacão Matthew, na Flórida - Jewel Samad/ AFP
Moradora leva seus pertences ao deixar sua casa por causa da aproximação do furacão Matthew, na Flórida Imagem: Jewel Samad/ AFP

Do UOL, em São Paulo

06/10/2016 10h39Atualizada em 06/10/2016 11h52

O governo do Estado da Flórida, nos EUA, anunciou que 1,5 milhão de habitantes receberam a ordem de abandonar suas casas na região costeira para escapar do furacão Matthew, que provocou 27 mortes no Caribe.

"Estamos particularmente preocupados com Palm Beach (sudeste da Flórida). Esta é primeira área que será atingida e isto acontecerá nas próximas horas. Não resta muito tempo", disse o governador Rick Scott em uma entrevista à imprensa.

O furacão de categoria 3 na escala Saffir-Simpson (até 5) deve atingir a Flórida na madrugada de sexta-feira, de acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, e pode subir para a categoria 4 ao se aproximar da costa americana.

Os Estados da Flórida e Carolina do Norte decretaram estado de emergência, diante da chegada do furacão, enquanto a Carolina do Sul ordenou a evacuação da costa.

Na Flórida, as autoridades começaram a disponibilizar recursos, incluindo refúgios para pessoas ou animais de estimação, distribuidores de sacos de areia gratuitos e a suspensão na cobrança de pedágios.

Os moradores do condado de Volusia - no centro da Flórida - receberam em seus celulares o alerta oficial que, com um som peculiarmente inquietante, adverte os residentes sobre a iminência de um furacão.

"Se você pode sair antes, faça isto agora", disse o governador Rick Scott..

O presidente Barack Obama, que adiou um evento previsto para quarta-feira em Miami com a candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, solicitou aos habitantes do sudeste do país que se preparem para a iminente chegada do furacão Matthew.

"É algo que deve ser levado a sério. Esperamos que aconteça o melhor, mas temos de nos preparar para o pior", disse Obama, ao qualificar Matthew como uma "séria tempestade".

Às 9h (6h de Brasília) de quinta-feira o furacão estava 60 km ao sul da capital das Bahamas, Nassau, e 410 km ao sudeste de West Palm Beach, balneário que fica 100 quilômetros ao norte de Miam, de acordo com o NHC.

Os aeroportos das Bahamas foram fechados e os cruzeiros turísticos desviados.

O primeiro-ministro das Bahamas, Perry Christie, pediu aos moradores das costas meridionais que se afastem da região. "Considerem seriamente um deslocamento para áreas mais elevadas. Os fenômenos naturais podem ser violentamente imprevisíveis", disse.

Catástrofe no Haiti

O furacão deixou ao menos 23 mortos e três desaparecidos no Haiti, assim como quatro mortos na República Dominicana, países que dividem a Ilha Espanhola, o que levou as autoridades haitianas a adiar as eleições presidenciais e legislativas convocadas para o próximo domingo.

Na quarta-feira, o presidente interino do Haiti, Jocelerme Privert, sobrevoou o sul do Haiti para avaliar os danos provocados pelo Matthew. Ele estava acompanhado pelo embaixador dos Estados Unidos, Peter Mulrean, e a diretora do Serviço de Proteção Civil, Alta Jean-Baptiste.

"A situação nas principais cidades que sobrevoamos é catastrófica", disse Privert.

As primeiras avaliações apontam um número considerável de casas muito danificadas, grandes prejuízos em áreas de cultivo e inundações.

Na República Dominicana, o Centro de Operações de Emergência (COE) relatou mais de 8.500 pessoas obrigadas a abandonar suas casas em Santo Domingo e em províncias fronteiriças com o Haiti.

O furacão também atingiu o extremo leste de Cuba, onde os municípios Baracoa, Imías, Maisí e San Antonio del Sur da província de Guantánamo estavam isolados e bastante destruídos. Ainda não há informações sobre vítimas.

"Foi assustador. Não sobrou nada de Baracoa, apenas escombros e restos. Os casarões coloniais no centro da cidade, que eram lindos, estão destruídos", contou a dona de casa Quirenia Pérez, de 35 anos, que falou por celular com a AFP.

Com quase 82.000 habitantes, Baracoa é a cidade mais antiga de Cuba, com 505 anos, e polo turístico de Guantánamo, onde existe uma base americana que foi parcialmente evacuada antes da chegada do furacão.

"Em Baracoa, há bastante destruição, não temos relatos de perdas de vida, mas parece que as perdas materiais foram grandes", disse o general e vice-ministro das Forças Armadas Revolucionárias, Ramón Espinosa.