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Campanhas tentam convencer Colégio Eleitoral dos EUA a não votar em Trump

Damon Winter/ The New York Times
Imagem: Damon Winter/ The New York Times

Da Associated Press

21/11/2016 16h11

Grupos de ativistas estão organizando campanhas em várias partes dos EUA em uma tentativa de persuadir os integrantes do Colégio Eleitoral para que eles façam algo que nunca foi feito na história do país: negar a presidência ao ganhador das eleições.

Petições online estão sendo divulgadas pelas redes sociais, com a esperança de influenciar os eleitores republicanos a não seguir a regra e votar no presidente eleito Donald Trump. Dessa forma, ele não chegaria aos 270 votos necessários para assumir a Casa Branca

“Acredito que seja algo muito difícil, mas também penso que estamos vivendo tempos estranhos”, disse à Associated Press Daniel Brezenoff, que criou a petição a favor de Hillary Clinton e está pedindo assinaturas para tentar convencer os eleitores por e-mail ou telefone. “Se existe a chance de isto ser feito uma vez, este é o ano para que seja feito”, disse.

Trump tem 290 votos no Colégio Eleitoral, enquanto Hillary conseguiu 232. O Estado de Michigan ainda não definiu um vencedor mas Hillary já conquistou um número de votos populares em nível nacional maior do que Trump -- 1,7 milhão de votos a mais.

Os opositores de Trump estão motivados por este resultado da votação popular e acreditam que o empresário não está apto a assumir o posto de comandante-chefe.

Até agora, apenas um eleitor do colégio colocou em dúvida o seu voto por Trump publicamente. O republicano Art Sisneros, do Texas, afirmou que tinha dúvidas sobre o presidente eleito, mas não por causa do voto popular. Ele assegurou que não votaria em Hillary em nenhuma circunstância.

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“Como cristão, concluí que Trump não está qualificado biblicamente para o posto”, afirmou à Associated Press. Ele disse ainda que tem escutado os pontos de vista dos apoiadores de Hillary e de republicanos que apoiam a democrata, mas também tem ouvido seguidores de Trump, que têm escrito a ele “coisas ameaçadoras e malvadas”.

Sisneros assinou um compromisso partidário estatal de apoiar o ganhador republicano, mas isso ocorreu antes de Trump ter sido nomeado oficialmente. O eleitor diz que uma de suas opções é renunciar, permitindo que o partido no Texas escolha outro eleitor.

Os integrantes do Colégio Eleitoral são escolhidos por funcionários de cada partido, e normalmente são os integrantes mais fiéis da legenda. Os eleitores presidenciais não são obrigados a votar em um candidato particular seguindo os termos da Constituição, mas os Arquivos Nacionais mostram que mais de 99% dos eleitores votaram como prometido.

Algumas leis estaduais pedem que os “eleitores desleais” sejam multados, enquanto outros os deixam vulneráveis a acusações de crimes graves. 

Layne Bangerter e Melinda Smyser, dois dos quatro eleitores republicanos do Estado de Idaho, disseram estar recebendo uma chuva de e-mails, telefonemas e mensagens no Facebook de estranhos pedindo que eles reconsiderem o voto. 

"Não vai funcionar", disse Bangerter. "Espero que isso arrefeça, mas também não vejo isso acontecendo."

Michael Banerian, 22, um dos 16 eleitores republicanos de Michigan, afirmou ter recebido até ameaças de morte de pessoas que não querem que ele vote em Trump. Mas ele diz que não mudará o voto.

"É só um monte de gente raivosa que não entende totalmente como o processo funciona", afirmou o estudante de Ciência Política na Oakland University.

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