Especialistas sugerem que Hillary peça recontagem em três Estados cruciais
Citando problemas na apuração, um documento assinado por especialistas e ativistas sugere que Hillary Clinton pressione autoridades americanas a realizarem uma completa auditoria e a recontagem dos votos em três Estados cruciais nas eleições americanas. Eles alegam que a votação nesses lugares pode ter sido afetada por hackers estrangeiros.
Os Estados em questão, segundo o documento de 18 páginas, são Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, que fazem parte do grupo chamado de Swing States -- em que a votação oscila entre os partidos Democrata e Republicano.
Em Michigan, até o momento, a votação não foi encerrada. Como está muito apertada --47,59% para Trump, contra 47,34% para Hillary-- é bem provável que as regras do próprio Estado determinem uma recontagem dos votos lá.
Já em Wisconsin, a votação ficou em 47,87% para Trump, que levou os 10 votos eleitorais do Estado, e 46,84% para Hillary. Na Pensilvânia, a votação ficou em 48,79% para Trump, que levou os 20 votos eleitorais do Estado, e 47,65% para Hillary.
A suspeita de hackeamento não seria tão absurda. No início de outubro, os EUA acusaram oficialmente a Rússia de estar por trás de um recente ataque cibernético contra partidos políticos e congressistas no país, com o objetivo de interferir nas eleições americanas.
Às vésperas das eleições, autoridades federais e estaduais nos EUA reforçaram defesas cibernéticas contra possíveis ataques eletrônicos a sistemas de votação no dia do pleito, mas poucas ações contra eventuais distúrbios civis ou violência.
Além da ameaça de pirataria digital, havia o temor de que Rússia e outros agentes divulgassem informações errôneas online que pudessem mexer com a votação.
"Estou interessada em verificar a votação", disse ao jornal britânico "The Guardian" Barbara Simons, conselheiro da comissão de assistência eleitoral dos EUA e especialista em votação eletrônica. “É preciso haver uma auditora pós-eleitoral."
Analistas do Instituto Nacional de Direito Eleitoral e do centro de segurança de computação da Universidade de Michigan também estão pressionando pela recontagem, segundo o "Guardian".
Atenção especial é dada ao caso de Wisconsin. Especialistas questionam o fato de que Trump teria obtido vantagem desproporcional em condados que usaram votação eletrônica, em comparação àqueles que usaram cédulas de papel.
No entanto, o especialista Nate Silver questionou essa teoria, afirmando que essa diferença desapareceu depois que raça e níveis de educação foram levados em consideração.
Silver e outros analistas descartaram críticas sobre a integridade dos resultados da votação como um todo.
Nos últimos dias, dezenas de acadêmicos especializados em segurança cibernética, defesa e eleições assinaram uma carta aberta destinada ao Congresso americano em que se dizem "profundamente incomodados com os relatos anteriores de interferência estrangeiras e pedem uma ação dos congressistas.
"Nosso país precisa de uma investigação pública e completo sobre o papel que tiveram poderes estrangeiros nos meses anteriores a novembro", dizem os acadêmicos na carta.
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