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Trump rompe com 3 décadas de diplomacia americana e conversa com presidente de Taiwan

A presidente de Taiwan,Tsai Ing-wen, em evento em Taipé  - Chiang Ying-ying/AP
A presidente de Taiwan,Tsai Ing-wen, em evento em Taipé Imagem: Chiang Ying-ying/AP

Do UOL, em São Paulo

02/12/2016 21h25

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu com três décadas de política diplomática americana, nesta sexta-feira (2), ao conversar com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, correndo o risco de provocar uma séria polêmica com a China.

"Durante a conversa, eles mencionaram os estreitos laços econômicos, políticos e de segurança" entre Taiwan e Estados Unidos, indicou a equipe de transição de Trump em uma minuta da conversa telefônica.

"O presidente eleito Trump também cumprimentou a presidente Tsai por ter se tornado presidente de Taiwan no começo deste ano", destacou.

Não ficou claro que lado tomou a iniciativa do telefonema, um dos muitos que Trump tem trocado com líderes mundiais desde que venceu as eleições americanas, ou se o mesmo aponta uma mudança da política externa.

A China considera a autônoma Taiwan como parte de seu próprio território à espera de reunificação, quando ficaria subordinada a Pequim, e qualquer iniciativa americana que possa indicar apoio à independência representaria uma grande ofensa.

Washington cortou relações diplomáticas com a ilha em 1979 e reconhece Pequim como o único governo da "China Única", embora extraoficialmente mantenha laços amigáveis com Taipé.

Mas Tsai se recusa a aceitar o conceito da "China Única", levando Pequim a cortar todas as comunicações oficiais com o novo governo da ilha.

O governo de Tsai, do Partido Progressista Democrático (DPP), chegou ao poder em Taiwan após uma vitória esmagadora nas eleições de janeiro sobre o Kuomintang (KMT), que tinha vínculos muito mais amigáveis com Pequim.

Encastelado em seus escritórios na Torre Trump, em Nova York, o presidente eleito prepara sua mudança para a Casa Branca no próximo mês, para a cerimônia de posse, e recebe telefonemas de cumprimentos de dezenas de líderes mundiais.

Mas até a quinta-feira, funcionários do Departamento de Estado afirmavam a jornalistas que Trump não havia solicitado briefings sobre a atual política diplomática americana antes de fazer contato com líderes internacionais. (Com agências internacionais)