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Sangue dos sírios está nas mãos de Assad e da Rússia, diz Obama

Pablo Martinez Monsivais/AP
Imagem: Pablo Martinez Monsivais/AP

Em Washington

16/12/2016 18h33Atualizada em 16/12/2016 19h59

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira que o mundo está "unido no horror" por conta dos combates na cidade síria de Aleppo e que o presidente sírio, Bashar al-Assad, e seus aliados são responsáveis pelas atrocidades, incluindo o massacre de civis.

"A responsabilidade por esta brutalidade recai sobre um lugar só: com o regime de Assad e seus aliados Rússia e Irã. E esse sangue e essas atrocidades estão nas mãos deles", disse Obama em entrevista coletiva na Casa Branca.

O presidente americano, que em 20 de janeiro transmitirá o poder ao presidente eleito Donald Trump, pediu que observadores imparciais sejam enviados para monitorar os esforços para evacuar os civis da cidade. E alertou Assad, que enfrenta as forças rebeldes em uma guerra civil desde 2011, de que ele não conseguirá "abrir a via para a legitimidade através de massacres".

"Vimos regiões inteiras reduzidas a escombros e poeira. Continuamos vendo relatórios de civis executados. Estas são todas violações horrorosas do direito internacional", destacou.

Mas Obama também admitiu sentir-se responsável pela trágica situação na Síria, embora tenha defendido a estratégia dos Estados Unidos a guerra civil naquele país.

"Sempre me sinto responsável. Eu me senti responsável quando crianças eram assassinadas por franco-atiradores e milhões haviam sido deslocados", expressou.

"Não posso afirmar que fomos bem sucedidos (na Síria) e isto é algo (...) com que tenho que ir para a cama todas as noites, mas continuo acreditando que foi a estratégia adequada, diante do que podíamos ter feito" de um modo realista.

O presidente pediu o envio de "observadores imparciais" a Aleppo, arrasada por semanas de intensos combates entre forças governamentais e rebeldes, para supervisionar os esforços para evacuar os civis, que ainda permanecem na segunda cidade da Síria.

Ainda restam 40.000 civis e entre 1.500 e 5.000 combatentes no último reduto rebelde em Aleppo, segundo o emissário da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

Mas o governo sírio suspendeu nesta sexta-feira a operação de evacuação de rebeldes e civis de Aleppo, o que faz temer uma retomada dos combates para conquistar o último reduto dos insurgentes na segunda cidade da Síria.