Fotógrafo que flagrou imagem de russo com atirador achou que era "teatro"
O fotógrafo da agência de notícias AP Burhan Ozbilici, que tirou algumas das principais imagens do assassinato do embaixador russo Andrei Karlov por um policial turco nesta segunda (19), disse ter achado inicialmente que a cena não passava de um "teatro". O atentado ocorreu no meio do discurso do diplomata em um púlpito.
Ozbilici estava cobrindo o evento na galeria de arte com obras que expunham como a Rússia era vista por turcos, mostra patrocinada pela embaixada. O fotógrafo relatou que o evento ocorria normalmente até uma movimentação estranha atrás do russo - o próprio fotógrafo tirou uma imagem impactante do embaixador com o assassino atrás, como visto abaixo, ao fim do texto.
"Quando um homem no palco sacou uma arma, achei que era um ato teatral", escreveu o fotógrafo em um blog da agência. "Mas não era nada disso", relatou.
O fotojornalista contou que momentos depois o embaixador estava esparramado no chão e o atirador agitava a arma em direção ao restante das pessoas presentes na galeria de arte. Outra imagem do fotógrafo mostra o desespero das pessoas enquanto o assassino gritava palavras de ordem - outras três pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade.
"Os convidados correram para se proteger atrás de colunas e embaixo de mesas. Eu me arrumei o suficiente para tirar outras fotos", relatou.
Burhan Ozbilici ainda ofereceu mais detalhes da execução do embaixador russo. "O assassino atirou no embaixador pelo menos mais uma vez, em uma distância curta, e quebrou algumas das fotos enquadradas na parede. Ao todo, foram pelo menos oito tiros", descreveu.
O atirador foi morto no local por forças de segurança após 15 minutos de tiroteio. Ele foi identificado pelo Ministério das Relações Exteriores da Turquia como Mevlut Mert Altintas. O atirador tinha 22 anos e trabalhava para uma tropa de choque da polícia de Ancara nos últimos dois anos e meio.
De acordo com o jornal norte-americano Washington Post, o atirador gritou frases em defesa da Síria. "Não esqueçam de Aleppo! Não esqueçam da Síria! Vocês não ficarão seguros até que nossas cidades tenham segurança. Somente a morte pode me levar daqui. Nós somos aqueles que prometeram fidelidade a Maomé para fazer a jihad (guerra santa)".
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