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Polícia alemã procura tunisiano suspeito do ataque em Berlim

Das agências internacionais

De Berlim (Alemanha)

21/12/2016 11h32Atualizada em 21/12/2016 12h50

A polícia da Alemanha está procurando um tunisiano depois de encontrar documento de identidade debaixo do assento do motorista do caminhão que atropelou um multidão em um mercado natalino de Berlim na noite de segunda-feira (19), matando 12 pessoas. As informações são do site de notícias "Spiegel Online".

O documento estava em nome de Anis A., nascido em Tataouine, cidade do sul da Tunísia, em 1992. Também se acredita que ele usa nomes falsos.

O jornal "Bild" afirmou, separadamente, que a polícia via o suspeito como um indivíduo possivelmente perigoso e participante de uma grande rede islâmica.

Fontes da investigação do ataque citadas pela imprensa atribuem a Anis A. contatos com a rede de um islamita detido recentemente na Alemanha, Abu Walaa.

'Vi gente debaixo do caminhão', conta testemunha

BBC Brasil

O documento achado na cabine do caminhão foi expedido no distrito de Kleve, no Estado federado da Renânia do Norte-Vestfália (oeste do país), segundo o "Allgemeine Zeitung". O suspeito teria documentos com diferentes nomes e datas de nascimento.

Na terça-feira (20), inicialmente a polícia alemã tinha prendido um paquistanês e postulante a asilo próximo do local do ataque, mas o liberou sem acusações. As autoridades alertaram que o agressor ainda está foragido e pode estar armado. Não está claro se o perpetrador está agindo sozinho ou acompanhado.

O caminhão de 25 toneladas, que pertence a uma transportadora polonesa, atingiu barracas de madeira que serviam comidas e bebidas típicas da Alemanha, ferindo cerca de 45 pessoas, além dos 12 mortos.

O motorista polonês do veículo foi encontrado morto a tiros na cabine. O "Bild" relatou que ele estava vivo até o ataque ocorrer. O jornal citou um investigador que disse que deve ter havido uma luta com o agressor, que pode ter sido ferido.

Ataque em mercado de Natal mata 12

AFP

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade da ação, como fez com um ataque semelhante realizado em julho na França, quando um tunisiano lançou um caminhão contra uma multidão que comemorava o Dia da Bastilha na cidade de Nice, matando 86 pessoas antes de ser morto a tiros pela polícia.

O diretor da Associação de Detetives Criminais da Alemanha, Andre Schulz, disse à televisão do país na noite de terça-feira que a polícia espera fazer outra prisão em breve. "Estou relativamente confiante de que talvez nesta quarta, ou no futuro próximo, poderemos apresentar um novo suspeito", afirmou.

Medidas rígidas

O chefe do grupo de ministros do Interior dos 16 Estados federais alemães, Klaus Bouillon, disse que é necessário adotar medidas de segurança mais rígidas. "Queremos aumentar a presença policial e fortalecer a proteção dos mercados natalinos. Teremos mais patrulhas. Os agentes terão metralhadoras. Queremos tornar o acesso aos mercados mais difícil, com veículos estacionados através deles", disse Bouillon ao jornal "Passauer Neue Presse" desta quarta-feira.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que seria particularmente repulsivo se um refugiado procurando proteção na Alemanha fosse o perpetrador. Alguns políticos culparam sua política imigratória de portas abertas por tornar tais atentados mais prováveis. (Com agências internacionais)