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Rússia vai expulsar 35 diplomatas dos EUA, diz ministro

Os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Barack Obama, dos EUA - Alexei Druzhinin/Sputnik, Kremlin via AP
Os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Barack Obama, dos EUA Imagem: Alexei Druzhinin/Sputnik, Kremlin via AP

Do UOL, em São Paulo

30/12/2016 09h02Atualizada em 30/12/2016 11h17

A Rússia vai expulsar 35 diplomatas americanos em resposta à medida adotada por Washington pela suposta interferência de Moscou nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, disse nesta sexta-feira (30) o ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov. Mais tarde, nesta sexta-feira (30), Putin disse que não iria expulsar diplomatas americanos.

"A reciprocidade é lei diplomática nas relações internacionais. Por isso, propomos ao presidente da Rússia que declare 'persona non grata' 31 funcionários da Embaixada dos EUA em Moscou e outros quatro do consulado americano em São Petersburgo", disse Lavrov.

O ministério também propôs proibir que os diplomatas americanos utilizem uma casa de campo perto de Moscou e um edifício usado como depósito na capital.

Lavrov disse que a Rússia não irá deixar as sanções sem resposta e que as alegações de que seu país interferiu na eleição norte-americana são infundadas. "Evidentemente não podemos deixar tais ataques sem resposta", disse Lavrov para justificar as medidas de represália russas.

Ontem, os EUA expulsaram 35 diplomatas russos por suposta interferência nas eleições americanas de 2016.

Os diplomatas, da embaixada em Washington e do consulado em San Francisco, foram declarados "persona non grata" e devem, junto com suas famílias, deixar os EUA, disse o Departamento de Estado.

Foram ainda fechadas duas instalações russas, em Nova York e em Maryland, que seriam usadas com fins de espionagem. O acesso a elas foi bloqueado desde a manhã dessa quinta (29).

O Departamento do Tesouro americano afirmou que a medida tem por alvo responsáveis por "minar os processos e as instituições eleitorais".

O FBI culpou diretamente serviços de inteligência da Rússia de interferirem na eleição presidencial de 2016 dos Estados Unidos, divulgando na quinta-feira (29) o relatório mais definitivo sobre o tema até o momento, que incluiu amostras de códigos de computador nocivos que teriam sido usados em uma ampla campanha de invasões cibernéticas.

A partir de meados de 2015, a agência de inteligência externa russa, FSB, mandou um link nocivo por email para mais de mil destinatários, entre eles alvos do governo dos Estados Unidos, de acordo com a polícia federal norte-americana em um relatório de 13 páginas de coautoria do Departamento de Segurança Interna.

Embora o Departamento e o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional tenham dito que a Rússia está por trás dos ciberataques de outubro, o relatório é a primeira análise técnica detalhada fornecida pelo governo, e o primeiro comunicado oficial do FBI.

A Rússia vem negando reiteradamente as alegações de ciberataques.