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Putin tentou ajudar eleição de Trump, diz relatório de inteligência americana

Don Emmert and Natalia Kolesnikova/AFP
Imagem: Don Emmert and Natalia Kolesnikova/AFP

Do UOL, em São Paulo

06/01/2017 19h41

Relatório divulgado nesta sexta-feira (6) pelas agências de inteligência americanas concluiu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou uma campanha para influenciar as eleições nos EUA e favorecer que o candidato republicano, Donald Trump, fosse eleito. 

Trump, que tomará posse no próximo dia 20, foi informado do teor do relatório antes de sua divulgação pelo FBI, pela CIA e pela NSA. Em comunicado, o presidente eleito afirmou que quaisquer ações russas não afetaram o resultado eleitoral no país.

"Os esforços russos para influenciar as eleições presidenciais americanas de 2016 representam a mais recente expressão do desejo duradouro de Moscou de minar a ordem democrática liberal dos EUA, mas essas atividades demonstraram uma escalada significativa em franqueza, nível de atividade e escopo de ação, em comparação a operações anteriores", diz o relatório. 

"Avaliamos que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou uma campanha de influência em 2016 direcionada às eleições presidenciais nos EUA. Os objetivos russos eram comprometer a fé pública no processo democrático americano , denegrir a secretária Clinton e prejudicar sua elegibilidade e potencial presidência. Avaliamos ainda que Putin e o governo russo desenvolveram uma clara preferência pelo presidente eleito Trump", afirmam as agências. 

"A campanha de influência de Moscou seguiu uma estratégia russa de mensagens que combina operações cobertas de inteligência - como por exemplo atividades cibernéticas - com esforços abertos por agências do governo russo, mídias estatais, intermediários e usuários pagos de mídias sociais ou 'trolls'", detalha ainda o relatório.

"Avaliamos que Putin e o governo russo tentaram melhorar as chances eleitorais do presidente eleito Trump quando possível desacreditando a secretária Hillary e publicamente contrastando-a de modo desfavorável a ele."

Sem efeito

Após receber as conclusões do relatório, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (6) um esforço urgente para conter os ataques cibernéticos ao país, após uma reunião com a cúpula da inteligência americana.

Participaram do encontro o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper; o chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA), Mike Rogers; o diretor do FBI (a Polícia Federal), James Comey; e o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), John Brennan.

"Ainda que Rússia, China, outros países, grupos e pessoas tentem, continuamente, invadir a estrutura cibernética das nossas instituições governamentais, empresas e organizações, incluindo o Comitê Nacional Democrata, não houve - absolutamente - qualquer efeito no resultado da eleição", afirmou o republicano, em um comunicado.

A reunião aconteceu em um momento de alta tensão entre a comunidade de inteligência e o futuro presidente, que questionou os relatórios de que Moscou inclinou as eleições a seu favor. Para ele, tais acusações seriam uma "caça às bruxas".