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Ataque com caminhão deixa ao menos 4 mortos em Israel; Hamas assume autoria

Do UOL, em São Paulo

08/01/2017 10h28Atualizada em 08/01/2017 17h19

Pelo menos quatro pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas neste domingo (8) depois que um caminhão avançou contra um grupo de soldados em Jerusalém Oriental. O grupo palestino Hamas assumiu a autoria do ataque. O porta-voz do grupo Abdul-Latif Qanou qualificou o ato como "heroico" e incentivou outros palestinos a "aumentar a resistência".

A polícia israelense informou que o motorista do caminhão foi morto por soldados do grupo que foi atacado. "É um ataque terrorista", disse Luba Samri, porta-voz da polícia de Israel a uma rádio local.

As Brigadas Ezzedin al Qassam, a ala militar do Hamas, disseram que o autor do ataque, Fadi al-Qanbar, "havia sido solto de um presídio israelense". O chefe da polícia israelense, Roni Alsheich, informou que o motorista era um palestino do leste de Jerusalém.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou, no entanto, que o autor do ataque era um simpatizante do grupo terrorista EI (Estado Islâmico). "Conhecemos a identidade do atacante que, segundo todas as indicações, apoia o EI", declarou.

"Sabemos que os atentados se sucedem, da França a Berlim e agora em Jerusalém, e é provável que há uma ligação entre eles", afirmou Netanyahu.

Entre os mortos estão três mulheres e um homem, todos na faixa dos 20 anos, segundo os médicos no local. Eles foram atropelados enquanto desembarcavam de um ônibus.

Uma testemunha disse que depois de avançar sobre as pessoas, o caminhão voltou de ré sobre as vítimas. Alguns feridos ficaram presos debaixo do veículo após o fato ocorrido em uma área para pedestres perto do assentamento de Armon Hanatziv, acrescentaram as equipes de emergência.

7.jan.2017 - Motorista palestino avançou com caminhão contra saldados em uma área de pedestres em Jerusalém (Israel) neste domingo. Marcas de tiros ficaram no para-brisas do veículo - Ronen Zvulun/Reuters - Ronen Zvulun/Reuters
Soldados atiraram e mataram o motorista do caminhão
Imagem: Ronen Zvulun/Reuters

Onda de ataques

Desde setembro de 2015 uma onda de ataques palestinos contra israelenses, em sua maioria cometidos com armas brancas e, em alguns casos, com armas de fogo ou utilizando carros para atropelar pedestres, tem deixado autoridades e civis preocupados.

Antes do ataque deste domingo, a onda de violência, que havia baixado de intensidade nos últimos meses, tinha causado a morte de 247 palestinos, 40 israelenses, dois americanos, um jordaniano, um sudanês e um eritreu, segundo contagem da agência de notícias AFP.

A maioria dos palestinos mortos eram jovens que atacaram ou tentaram atacar militares ou civis israelenses.

A tragédia deste domingo ocorre cinco dias após a condenação de um jovem soldado israelense acusado de ter matado um palestiniano ferido.

O sargento Elor Azaria, 20, foi considerado culpado de homicídio voluntário por um tribunal militar israelense. Os juízes devem levar várias semanas antes de pronunciar a sentença contra o sargento, que enfrenta 20 anos de prisão.

Sete pessoas foram presas acusadas de violarem a ordem pública após organizarem um protesto não autorizado no sábado.

Outros ataques com caminhões

Em dezembro, um motorista invadiu uma feira de Natal em Berlim, na Alemanha, com um caminhão e atropelou dezenas de pessoas. Pelo menos 12 morreram. O ataque foi reivindicado pelo grupo terrorista EI (Estado Islâmico).

Em julho, outro atropelamento com um caminhão deixou mais de 80 mortos em Nice, na França, durante as comemorações do Dia da Bastilha. (Com agências internacionais)