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Trump deve assinar decreto para banir refugiados e construir muro no México

Evan Vucci/ AP
Imagem: Evan Vucci/ AP

Do UOL, em São Paulo

25/01/2017 10h08

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar nesta quarta-feira (25) os polêmicos decretos que determinam a construção do muro na fronteira com o México e o banimento temporário da entrada de refugiados e imigrantes de alguns países muçulmanos.

Ontem, o presidente escreveu nas suas redes sociais sobre as mudanças:

Os decretos devem ser assinados durante uma visita que Trump fará ao Departamento de Segurança Interna, em Washington.

O muro, a mais polêmica promessa de sua campanha eleitoral, será erguido de forma prioritária nos locais que fazem fronteira com cidades mexicanas, onde as autoridades locais se recusam a entregar aos EUA imigrantes ilegais para serem deportados e pessoas acusadas de transportar drogas para o mercado americano.

Trump deve ainda esclarecer detalhes sobre que país pagará pela construção do muro. Durante a campanha, ele disse repetidamente que o "México pagará" pela obra. Afirmou também que os EUA serão reembolsados pelo México para compensar o dinheiro a ser investido no muro com fundos do contribuinte americano, mas nada foi confirmado.

Segundo a CNN, o plano para construção do muro ainda está mais na teoria do que na prática, já que além de não ser claro quem pagará, não foram feitos estudos de viabilidade e custos.

Na primeira coletiva de imprensa do novo governo, na segunda-feira, uma das perguntas ao secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, foi sobre o muro. Spicer disse que a administração estava trabalhando com os líderes do Congresso para avançar no projeto, mas não divulgou detalhes.

De acordo com veículos de comunicação locais, como a CNN e o "Washington Post", Trump também deve explicar como funcionará a proibição de um a quatro meses da entrada de cidadãos de alguns países muçulmanos em solo americano.

Dentre os países com o veto de ao menos 30 dias, estariam Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. O veto de quatro meses será para a concessão de refúgio a estrangeiros, exceto aqueles que fogem da perseguição religiosa em seus países, como cristãos em nações muçulmanas.

Segundo informações da Agência Efe, o presidente convidou para a cerimônia desta quarta familiares de pessoas mortas por imigrantes ilegais, o que indica que também poderia tomar algum tipo de medida a respeito das deportações de criminosos como prometeu.

A mão dura com a imigração foi uma das promessas que levaram Trump a vencer as eleições, superando a democrata Hillary Clinton.

Em discurso, Trump diz que México pagará muro na fronteira

AFP

Intervenção federal para conter violência em Chicago

Trump também prometeu em suas redes sociais nesta terça-feira (24) que irá recorrer a uma intervenção federal em Chicago para conter a "carnificina" da violência armada na terceira maior cidade do país, a menos que as autoridades locais consigam reduzir a taxa de homicídios por conta própria.

O presidente pareceu pegar carona em uma reportagem publicada no jornal "Chicago Tribune" que relatou ao menos 228 pessoas baleadas na metrópole até agora em 2017, um aumento de 5,5 % em relação ao mesmo período de janeiro passado, e ao menos 42 homicídios até o momento, um acréscimo de 23,5%.

O porta-voz do Departamento de Polícia de Chicago, Frank Giancamilli, questionou os números, dizendo que foram 182 tiroteios na cidade entre o dia 1º e 23 de janeiro, "o que está exatamente nivelado com o ano passado". Ele disse que os homicídios estão em 38 até agora neste ano – em 2016 foram 33 no mesmo período.

Não ficou claro o que Trump quis dizer com "os federais" ou que tipo de intervenção governamental unilateral ele poderia ordenar para tratar da questão. (Com agências internacionais)