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Ação de Trump contra cidadãos de países muçulmanos inclui estrangeiros com green card

Muçulmana aguarda família desembarcar no aeroporto JFK, em Nova York - Andrew Kelly/Reuters
Muçulmana aguarda família desembarcar no aeroporto JFK, em Nova York Imagem: Andrew Kelly/Reuters

Do UOL, em São Paulo

28/01/2017 16h27Atualizada em 28/01/2017 19h59

Estrangeiros com residência permanente assegurada pelo "green card" também estão incluídos na ação executiva assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, impedindo a entrada de cidadão de sete países de maioria muçulmana no país. A informação foi confirmada neste sábado (28) pelo Departamento de Segurança Interna.

O veto de Trump ao acesso de refugiados aos EUA e a visitantes e turistas de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen causou confusão e revolta entre viajantes neste sábado, com alguns deles barrados de voos para destinos norte-americanos.

Os cidadãos destes sete países de maioria muçulmana vetados que tenham o cartão de residência permanente ("green card") e estejam fora do país precisarão de uma isenção do consulado americano para retornar, informou o governo.

Esse processo, cuja duração se desconhece, se desenvolverá caso a caso, segundo o funcionário, que ressaltou que essas pessoas deverão passar por uma entrevista no consulado dos EUA antes de deixarem seus países.

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28.jan.2017 - Manifestantes protestam no aeroporto JFK, em Nova York, contra a ordem executiva de Donald Trump que veta a chegada de refugiados e cidadão de sete países
Imagem: Bryan R. Smith/AFP

Segundo cálculos do site "ProPublica" com base em dados estatísticos, cerca de 500 mil cidadãos desses sete países receberam um "green card" durante a última década.

Advogados pró-imigração em Nova York entraram com ações judiciais pedindo a suspensão do bloqueio, alegando que inúmeras pessoas haviam sido detidas ilegalmente. 

Advogados de várias organizações de imigrantes e da União Americana pelas Liberdades Civis entraram com ações em uma corte federal no Brooklyn em nome de dois iraquianos, um deles ex-funcionário do governo dos EUA e o outro marido de uma ex-funcionária na área de segurança norte-americana. 

Os dois tinham vistos para entrar nos Estados Unidos mas foram barrados na sexta à noite no aeroporto internacional John F. Kennedy, horas depois da ordem de Trump. 

No Cairo, cinco passageiros iraquianos e um iemenita foram barrados no embarque de um voo da EgyptAir com destino a Nova York neste sábado, de acordo com fontes do aeroporto do Cairo. Eles foram redirecionados para voos com destino aos seus países de origem, apesar de terem vistos legítimos.

Trump vira alvo de piadas e críticas na TV dos EUA

UOL Notícias

Americanos vetados no Irã

O Irã vai aplicar a reciprocidade e proibirá a entrada de americanos durante três meses, informou neste sábado o ministério das Relações Exteriores em Teerã, horas depois de Donald Trump anunciar uma medida similar afetando cidadãos de sete países.

"A República Islâmica do Irã (...), mantendo seu respeito ao povo americano e para defender os direitos de seus cidadãos, decidiu aplicar a reciprocidade depois da insultante decisão americana", informou a chancelaria iraniana, em um comunicado lido pela televisão local. (Com Reuters e AFP)