Jornalistas brasileiros que foram presos na Venezuela conseguem deixar o país
O Itamaraty confirmou neste domingo (12) que os jornalistas brasileiros, Leandro Stoliar e Gilson Souza, da TV Record, conseguiram deixar Caracas, na Venezuela. Eles foram presos no sábado, e embarcaram em um voo comercial com destino a Lima, onde irão embarcar para São Paulo, e devem chegar ao país nesta segunda-feira.
Segundo a ONG Transparência Venezuela, que denunciou as prisões dos profissionais que investigavam denúncias de suborno por parte da construtora brasileira Odebrecht no país, Stoliar e Souza permaneceram detidos por cerca de dez horas. Horas depois, na madrugada, deste domingo, o Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) libertou os repórteres, mas advertiram que a dupla deve deixar o país neste domingo, confirmou à AFP Mercedes De Freitas, diretora da ONG.
Em nota, a diplomacia brasileira afirmou que preferiu não divulgar os passos da negociação para evitar que a repercussão prematura de qualquer ação pudesse complicar o processo. A chancelaria brasileira ainda reiterou sua "posição em defesa da liberdade de imprensa, cuja contribuição é indispensável ao pleno exercício da democracia."
Além de Stoliar e Souza, foram presos dois ativistas venezuelanos: Jesus Urbina e María José Túa, coordenadores da ONG. Os quatro estavam gravando imagens da chamada ponte de Nigale, uma estrutura prometida em 2005 pelo então presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e até hoje não concluída. Ela seria uma segunda opção para passagem de veículos sobre o Lago de Maracaibo.
De acordo com a declaração do ex-presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a Venezuela é o segundo país da América Latina em que sua empresa mais pagou propinas (US$ 98 milhões), ficando atrás apenas do Brasil.
Propinas da construtora brasileira
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu neste domingo ao Ministério Público e ao Poder Judicial que prenda as pessoas que receberam propinas da construtora Odebrecht na Venezuela.
"Dou todo meu apoio ao Ministério Público e ao Poder Judicial para que façam justiça o caso da Odebrecht e mandem para a prisão as pessoas que receberem subornos", afirmou o presidente em um evento por ocasião do Dia da Juventude na Venezuela.
Maduro anunciou, além disso, que na próxima quarta-feira iniciará a "Missão Justiça Socialista", um programa governamental para combater a corrupção e a criminalidade.
"Os corruptos que fogem desse país vão para os 'United States' e declaram perseguidos políticos. E começam a colaborar com as agências dos Estados Unidos, por isso não se pode deixar escapar um único corrupto", acrescontou. Maduro reiterou que seu governo terminará todas as obras da construtora brasileira.
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