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Venezuela bloqueará transmissões da CNN em espanhol pela internet

15.fev.2017 - Estudantes protestam pedindo eleições antecipadas em Caracas, na Venezuela - Federico Parra/AFP
15.fev.2017 - Estudantes protestam pedindo eleições antecipadas em Caracas, na Venezuela Imagem: Federico Parra/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/02/2017 13h59

A Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel) informou nesta quinta-feira (16) que bloqueará a emissora americana "CNN en Español" pela internet, depois de ter tirado o sinal do canal do ar no país ontem.

"Todas as coordenações da nossa gerência de operações já estão coordenando com os prestadores de serviço de internet para, com a tecnologia que dispomos, ir fazendo os respectivos bloqueios", afirmou o diretor da Conatel, Eloy Méndez, em entrevista coletiva.

O diretor disse que a "CNN en Español" se tornou um "canhão de instigação ao ódio racial, social e político", usando, segundo ele, "técnicas dos países no Oriente Médio para justificar invasões".

Méndez criticou o fato de a "CNN" ter mostrado em um programa, ocupando metade da tela, uma bandeira da Venezuela "emoldurada em sangue", o rosto do presidente Nicolás Maduro e a palavra crise toda vez que a emissora abordava a situação do país.

Segundo o diretor, o Diretório de Responsabilidade Social da Conatel está analisando os programas da emissora e ressaltou que a punição é provisória. "O canal nunca foi, nem será, censurado na Venezuela.

"A 'CNN' tem direito à defesa, os lapsos administrativos avançam. Ontem, quase não abrimos o procedimento, e ela saiu do lar por uma medida cautela. Vamos esperar que o processo cumpra 60 e 70", disse.

Méndez esclareceu que se a emissora americana estivesse constituída na Venezuela, a sanção seria aplicada diretamente contra os ativos da empresa e toda a programação, mas, por não ser assim, o máximo que a Conatel pode fazer é tirá-la do ar.

O diretor da Conatel disse que o órgão foi obrigado a tomar essa decisão baseado na Constituição, na soberania nacional e nas leis locais, que serão aplicadas estritamente.

Sobre a reportagem publicada na semana passada e que revelou uma suposta rede de venda de passaportes venezuelanos a cidadãos do Oriente Médio. "A CNN disse o que pensou ser sua investigação sobre os passaportes e violou as leis", disse.

Após do sinal da emissora ter sido tirado do ar, Maduro acusou a "CNN em Español" de ser um "instrumento de guerra na mão das máfias" e de promover uma intervenção em massa no país em aliança com o Departamento de Estado dos Estados Unidos.