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"Ela tem medo de ratos e sapos. Não teria coragem", diz pai de suspeita de matar Kim Jong-nam

Doan Van Thanh, pai de uma vietnamita suspeita de envolvimento na morte de Kim Jong-nam, concede entrevista em sua casa em Nghia Binh, Vietnã - Duong Minh Hoang/ AP
Doan Van Thanh, pai de uma vietnamita suspeita de envolvimento na morte de Kim Jong-nam, concede entrevista em sua casa em Nghia Binh, Vietnã Imagem: Duong Minh Hoang/ AP

Do UOL, em São Paulo

21/02/2017 13h09

A vietnamita Doan Thi Huong foi presa como uma das suspeitas pela morte de Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, em um aeroporto da Malásia. Seu pai, no entanto, não acredita que ela tenha sido capaz de fazer uma coisa "estremecedora" como essa. "Ela é minha filha e eu a compreendo. Ela tem medo de ratos e sapos. Ela não teria coragem para fazer tal coisa", disse Doan Van Thanh, pai da suspeita, em sua casa nesta terça-feira (21).

A suspeita é de Nghia Binh, Vietnã, uma vila rural e católica a cerca de 130 quilômetros a sul de Hanói. Than disse que sua filha deixou a vila cerca de 10 anos atrás para estudar em uma escola de estudos farmacêuticos em Hanói. Cerca vez, ela disse que estava trabalhando em comunicações. Ela visitava a casa dos pais com alguma frequência. A visita mais recente foi no feriado do Ano Novo Lunar, em janeiro.

Sua sobrinha Dinh Thi Quyen, uma universitária de 18 anos, disse que acredita que Huong foi enganada para fazer parte do crime. "Minha tia é uma pessoa muito boa e doce, mas ela costuma acreditar facilmente nas outras pessoas", disse.

Quyen disse que Huong telefonou em 14 de fevereiro, um dia depois da morte de Kim Jong-nam, e pediu ajuda para enviar um vestido que ela gostou de uma loja em Hanói.

Outra suspeita presa pelo crime, a indonésia Siti Aisyah, afirmou ter sido levada a acreditar que estava participando de uma pegadinha de TV.

Kim Jong-nam, que viajava com um passaporte diplomático sob o nome de Kim Chol, estava deixando a Malásia no dia 13 deste mês, quando foi abordado no aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres.

Imagens de câmeras de segurança do aeroporto, obtidas pela emissora japonesa Fuji TV, mostram duas mulheres se aproximando de Kim Jong-nam vindas de diferentes direções. Uma delas parece colocar algo na boca da vítima por alguns segundos. Então, as mulheres se viram e calmamente caminham em direções diferentes.

Os policiais também prenderam um malaio e um químico norte-coreano e procuram por outros quatro norte-coreanos, que aparentemente voaram para Pyongyang pouco depois do crime.

Kim Jong-nam nasceu no dia 10 de maio de 1971, em Pyongyang, da relação entre ditador norte-coreano Kim Jong-il e a atriz Song Hye-rim.

Jong-nam, considerado por um tempo o sucessor do regime norte-coreano, caiu em desgraça quando em 2001 protagonizou um incidente embaraçoso para o regime comunista. Foi detido no aeroporto de Tóquio com um passaporte falso da República Dominicana. Na época, afirmou que queria visitar o parque de diversões Disneyland.

Desde então, viveu exilado com sua família em Macau, Cingapura ou China. Viajou em múltiplas ocasiões a Bancoc, Moscou e Europa.

Quando seu meio-irmão chegou ao poder, em 2011, expressou dúvidas sobre sua capacidade para governar. Os anúncios de expurgos, execuções e desaparecimentos -- alguns confirmados, outros não -- se multiplicaram desde a chegada ao poder de Kim Jong-un.