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Premiê da Escócia diz que vai buscar novo referendo de independência

A primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon - Russell Cheyne/ Reuters
A primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon Imagem: Russell Cheyne/ Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/03/2017 09h45

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que vai buscar a realização de um novo referendo sobre a independência no fim de 2018 ou no início de 2019, uma vez que os termos para a saída do Reino Unido da União Europeia estejam mais claros.

"Na semana que vem buscarei a autorização do Parlamento para chegar a um acordo com o governo britânico para este referendo", afirmou.

Sturgeon disse que acredita que pode conseguir uma vitória em um segundo referendo pela independência.

A Escócia já realizou um referendo de independência em setembro de 2014, no qual 55% dos eleitores optaram pela permanência e 45% pela secessão.

Sturgeon declarou-se descontente porque Londres não está levando em conta as necessidades da Escócia no processo do Brexit. Ela já vinha defendendo que a Escócia fosse autorizada a fechar seus próprios acordos com a UE antes da conclusão do Brexit.

A premiê britânica, Theresa May, deve dar início em breve ao processo formal de saída do Reino Unido da UE, o chamado Brexit.

May pode ativar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa --que inicia o "Brexit", a saída da UE (União Europeia)-- já na próxima terça-feira (14) se a Câmara dos Comuns der sinal verde ao projeto de lei na segunda (13), informou no sábado (11) o jornal "The Guardian".

O trâmite parlamentar do projeto de lei que deve autorizar a saída do Reino Unido do bloco comunitário entra assim em seu trecho final ao voltar à Câmara dos Comuns, onde os deputados vão debater as duas emendas aprovadas pela Câmara dos Lordes.

Uma dessas duas emendas contempla a proteção dos direitos dos cidadãos comunitários que residem no Reino Unido, enquanto a outra concede poder ao parlamento para vetar os termos finais do acordo sobre o "Brexit".

O governo frisou em várias ocasiões a vontade de May de que o projeto de lei seja aprovado sem emendas.

Além disso, o Executivo insistiu que ainda não foi adotada uma decisão firme sobre qual será a data de ativação do Artigo 50, e que continua comprometido a iniciar o diálogo com os outros 27 Estados-membros antes do fim deste mês.

Apesar disto, duas fontes governamentais citadas pelo "The Guardian", cogitaram como datas prováveis a terça-feira e a quarta-feira desta semana, caso o projeto de lei supere sua tramitação.

Se isto não ocorrer, uma série de eventos previstos, como as eleições na Holanda e a celebração do 60º aniversário do Tratado de Roma, poderia atrasar o início do "Brexit" para o fim do mês.