Topo

Quem eram as vítimas do atentado em Londres?

Aysha era casada, tinha duas filhas e era professora de espanhol  - Divulgação
Aysha era casada, tinha duas filhas e era professora de espanhol Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

23/03/2017 11h55Atualizada em 24/03/2017 17h27

A britânica Aysha Frade, de 43 anos, foi a primeira vítima a ser identificada do ataque terrorista no Parlamento em Londres na quarta-feira (23), que deixou cinco mortos, entre eles o agressor, e 40 feridos. Ela cruzava a ponte de Westminster para buscar suas filhas, de 7 e 9 anos, na escola quando um carro subiu sobre a calçada e atropelou vários pedestres que andavam no local.

Filha de um cipriota e uma espanhola, sempre viveu em Londres e passava os verões na Galícia, no noroeste da Espanha, onde suas irmãs moram. "Trata-se de uma cidadã britânica, filha de uma cidadã espanhola", explicou o Escritório de Informação Diplomática em Madri. "Os familiares estão na Galícia", no noroeste da Espanha, acrescentou.

Aysha era casada e professora de espanhol no DLD College, uma escola dedicada aos dois últimos anos do equivalente ao ensino médio, localizada em Westminster. Ela havia acabado de sair do trabalho e atravessava a ponte quando foi atingida pelo veículo.

"Estamos muito chocados e tristes. Ela era muito querida e amada por nossos estudantes e seus colegas. Todos nós sentiremos muito sua falta", disse a diretora da instituição em que Aysha trabalhava, Rachel Borland, em um comunicado. 

kurt e melissa - Clint Payne/AP - Clint Payne/AP
Imagem: Clint Payne/AP

O que se sabe sobre o atentado contra o Parlamento britânico

UOL Notícias

'Homem bom e um marido dedicado'

A segunda vítima é Kurt Cochran, um americano do Estado de Utah de cerca de 50 anos que também estava na ponte no momento do ataque. Ele era casado com Melissa, que também foi gravemente ferida pelo carro.

Os dois estavam viajando pela Europa para comemorar 25 anos de casamento e haviam visitado parentes dela, que são missionários mórmons.

Em uma declaração divulgada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Clint Payne, irmão de Melissa e cunhado de Kurt, disse: "Nossa família está arrasada com a morte do nosso irmão e cunhado, Kurt W. Cochran". "Kurt era um homem bom e um marido dedicado para nossa irmã e filha Melissa. Eles estavam na Europa para celebrar seus 25 anos de casamento e deveriam voltar quinta-feira para os Estados Unidos."

"Melissa também sofreu ferimentos graves no ataque e está em tratamento no hospital. Manifestamos nossa gratidão aos serviços de emergência e à equipe médica que os atendeu e pedimos preces por Melissa e pela nossa família." "A falta de Kurt será muito sentida e pedimos privacidade durante o luto da nossa família e enquanto Melissa se recupera dos ferimentos."

A irmã de Melissa Cochran, Sara Payne-Mcfarland, escreveu no Facebook: "Minha irmã, Melissa, quebrou uma perna, uma costela e sofreu um corte na cabeça". "Ao mesmo tempo em que estamos felizes porque ela sobreviveu, nossos corações estão partidos e nunca mais serão os mesmos depois que perdemos nosso querido tio, cunhado, pai. Kurt, você é um HERÓI, e nós nunca o esqueceremos."

'Morreu cumprindo seu dever'

O terceiro é o policial Keith Palmer, de 48 anos. Ex-militar, casado e com filhos, ele trabalhava havia 15 anos na corporação. 

keith palmer - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
Trabalhava para a Unidade de Proteção Diplomática da polícia, protegia um dos portões de acesso ao Parlamento e foi esfaqueado pelo agressor.

Segundo parentes citados pela imprensa britânica, havia servido no exército, em um regimento de artilharia, antes de passar para a polícia.

Após colidir contra um gradil, o homem correu em direção à entrada do Parlamento armado com duas facas quando se deparou com Palmer. Esfaqueado, foi socorrido pelo parlamentar Tobias Ellwood, mas não resistiu.

"Lamentavelmente, ele não estava armado no momento do ataque", disse o chefe da unidade antiterrorista da polícia de Londres, Mark Rowley.

"Keith Palmer foi assassinado enquanto cumpria valentemente seu dever: proteger nossa cidade e o coração de nossa democracia daqueles que querem destruir nosso modo de vida", disse o prefeito da capital britânica, Sadiq Khan em um comunicado.

Ia visitar amigo no hospital

O quarto morto foi identificado como Leslie Rhodes, 75. Ele morreu no hospital na noite de quinta-feira. 

O limpador de janelas Rhodes era solteiro e morava no sul de Londres. Acredita-se que ele estava na região para visitar um amigo que estava internado no hospital St. Thomas.

Michael Carney, 74, conhecia Rhodes havia 40 anos. “Minha mulher e minhas duas filhas ficamos com ele até o momento de sua morte, tocando música para ele. Ele gostava do Queen", contou ele ao "Guardian".

"Ele não tinha ninguém. Não é possível deixar alguém morrer sozinho. Que mal ele fez para alguém? Ele era a pessoa mais legal que você já conheceu", acrescentou.

'Figura periférica'

O quinto é o próprio autor do atentado. Ele foi morto a tiros por um policial na entrada do Parlamento. Seus motivos para o ataque estariam, segundo

A polícia não divulgou seu nome e pediu que sua identidade fosse preservada pela mídia para não prejudicar as investigações. Sabe-se que ele era britânico e conhecido pela polícia e serviços de inteligência do país, disse a primeira-ministra, Thereza May.

Ele teria sido investigado há alguns anos por causa de extremismo violento, mas era tido como "figura periférica".

Vídeo flagra momento em que mulher cai de ponte

Reuters

Os feridos

Dos 40 feridos no atentado, todos eles por causa dos atropelamentos na ponte, 29 foram hospitalizados --sete estão em estado grave, inclusive a mulher que caiu no rio Tâmisa.

Até o momento, sabe-se que vários eram estrangeiros --o local do ataque, onde também fica a torre do relógio Big Ben, é um dos pontos turísticos mais movimentados da cidade.

Entre eles, estavam 12 britânicos, três estudantes franceses uma escola da localidade bretã de Concarneau que faziam uma viagem de fim de curso a Londres e cinco turistas sul-coreanos (quatro mulheres e um homem de 50 a 60 anos) que ficaram feridos pelo tumulto gerado pelas pessoas que tentavam fugir do criminoso. 

Havia ainda dois romenos, dois gregos e cidadãos da Alemanha, Polônia, Irlanda, China, Itália, Estados Unidos e Portugal.

Três policiais também ficaram feridos. Dois deles estão em estado grave. (Com BBC Brasil e agências internacionais)