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EUA ameaçam agir por conta própria caso ONU não atue contra ataque químico da Síria

4.abr.2017 - Bebê é atendido em hospital de Khan Sheikhoun, no norte da Síria, após um suposto bombardeio químico - AFP PHOTO / Mohamed al-Bakour - AFP PHOTO / Mohamed al-Bakour
Bebê é atendido em hospital de Khan Sheikhoun após um suposto bombardeio químico
Imagem: AFP PHOTO / Mohamed al-Bakour

05/04/2017 16h39

A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, condenou os governos da Rússia e da Síria nesta quarta-feira (5) por causa do ataque com armas químicas contra civis em território sírio no dia anterior e sinalizou que os EUA estão dispostos a agir de modo independente. 

"Quando a ONU falha em seu dever de agir conjuntamente, há momentos na vida dos Estados em que somos compelidos a tomar nossas próprias ações", afirmou Haley. "Pelo bem das vítimas, espero que o resto do conselho [de Segurança da ONU] esteja disposto a fazer o mesmo."

As declarações foram feitas no momento em que o Conselho de Segurança considera uma resolução condenando o regime de Bashar al Assad pelo ataque, que matou 72 pessoas, incluindo muitas crianças.

A Rússia, que é aliada do regime sírio e tem tropas no país, deve vetar a resolução.

"Quantas crianças mais devem morrer para que a Rússia se importe?", questionou Haley. 

Trump, falando na Casa Branca durante a visita do rei Abdullah da Jordânia, afirmou: "nós vimos o que aconteceu ontem na Síria. Horrível, uma coisa horrível. Indizível."

A resolução proposta no Conselho de Segurança da ONU sobre o ataque com armas químicas na Síria é "inaceitável" para a Rússia, disse uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo.

"O texto apresentado é categoricamente inaceitável. Seu defeito está em antecipar os resultados da investigação e repentinamente apontar culpados", declarou Maria Zakharova, em entrevista coletiva.

Estados Unidos, França e Reino Unido apresentaram o esboço de um comunicado no Conselho de Segurança da ONU condenado o ataque e cobrando uma investigação. A Rússia tem o poder de vetá-lo, como tem feito em todas as resoluções anteriores contrárias ao regime Assad.

A diplomata afirmou que o projeto tem "um claro caráter anti-sírio" e ressaltou que "seu objetivo é dificultar e fazer praticamente impossível avançar no processo de negociação" para a resolução do conflito no país árabe. "O projeto foi preparado o mais rápido possível. Se caracteriza por sua negligência. Colocar no Conselho de Segurança esse texto é simplesmente indecente", disse.