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Sobe para 72 o número de mortos por ataque na Síria; países cobram investigação

4.abr.2017 - Vítima de suposto bombardeio químico recebe atendimento em Khan Sheikhoun, no norte da Síria - Qasioun News Agency via AP - Qasioun News Agency via AP
Vítima de suposto bombardeio químico recebe atendimento em Khan Sheikhoun
Imagem: Qasioun News Agency via AP

Do UOL, em São Paulo

05/04/2017 07h59Atualizada em 05/04/2017 11h14

O número de mortos pelo suposto bombardeio químico ocorrido na terça-feira (4), na cidade de Khan Sheikhun, no norte da Síria, subiu para 72 pessoas, entre elas 20 crianças, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (5) pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Entre os mortos, também estão 17 mulheres, segundo a ONG, que anteriormente tinha estimado em 58 o número de pessoas mortas na cidade, que está em uma zona sob controle rebelde. "O número pode aumentar porque algumas pessoas estão desaparecidas", afirmou a ONG.

A ONG alertou que, nas últimas horas, aconteceram novos bombardeios em Khan Sheikhun, realizados por aviões de guerra não identificados, mas não há registro de vítimas.

4.abr.2017 - Bebê é atendido em hospital de Khan Sheikhoun, no norte da Síria, após um suposto bombardeio químico - AFP PHOTO / Mohamed al-Bakour - AFP PHOTO / Mohamed al-Bakour
Bebê é atendido em hospital de Khan Sheikhoun após um suposto bombardeio químico
Imagem: AFP PHOTO / Mohamed al-Bakour

Na terça (4), Grã-Bretanha, França e Estados Unidos apresentaram um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU condenando o ataque e exigindo uma completa investigação, o mais cedo possível. Segundo a agência AFP, o texto pede à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAC) que informe rapidamente os resultados de suas investigações.

O texto "condena, nos termos mais firmes, o uso de armas químicas" na Síria e manifesta "indignação" pelo uso de gases tóxicos nesta guerra, que devasta a Síria há seis anos. O projeto também pede à Síria que entregue planos de voo, diários de voo e outras informações sobre suas operações militares no dia do ataque.

O documento solicita ainda a Damasco que entregue aos investigadores da ONU os nomes de todos os comandantes de esquadrões de helicópteros, e que permita sua reunião com militares de alta patente no prazo de cinco dias.

A Síria também deverá permitir que equipes da ONU e da OPAQ visitem as bases áreas a partir das quais podem ter partido as aeronaves que lançaram o ataque químico. O projeto prevê a adoção das medidas estabelecidas no capítulo VII da Carta das Nações Unidas, que inclui sanções.

O projeto foi enviado aos 15 membros do Conselho antes da reunião de emergência solicitada por França e Reino Unido sobre o ataque, marcada para esta quarta. Os três países querem votar o projeto de resolução durante a reunião.

A ideia, no entanto, deve ser vetada pela Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad e membro permanente do Conselho de Segurança, que nesta quarta-feira (5) chamou a proposta de "inaceitável", Segundo o Ministério da Defesa russo, a Força Aérea síria bombardeou um depósito de armas de rebeldes.

"Segundo o controle do espaço aéreo, ontem, entre 11h30 e 12h30 (hora local), a Força Aérea síria bombardeou na região de Khan Sheikhun um grande depósito de armas dos terroristas. Na área do depósito, se encontrava uma oficina para a produção de minas com substâncias tóxicas", disse o general Igor Konashenkov.

Ao mesmo tempo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que "os horríveis acontecimentos de ontem demonstram, infelizmente, que os crimes de guerra continuam na Síria e que o direito internacional humanitário é violado frequentemente". O português concedeu entrevista ao chegar a Bruxelas, onde acontece uma conferência sobre o conflito sírio.