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Empresário cumpre ameaça e deixa governo após EUA abandonarem Acordo de Paris

Reuters
Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

01/06/2017 17h37Atualizada em 01/06/2017 22h04

O empresário Elon Musk, um dos mais influentes do país, deixou dois conselhos de que participava no governo de Donald Trump após o presidente anunciar a saída do país do Acordo de Paris. Assim, Musk cumpriu ameaça que havia feito dias atrás no Twitter, quando Trump sinalizou que abandonaria o acordo climático.

"Estou abandonado os conselhos presidenciais. A mudança climática é real. Deixar o Acordo de Paris não é boa para a América ou o mundo", disse Musk no Twitter, momentos após o anúncio de Trump.

 

Os esforços de Musk, CEO da empresa Tesla Motors e um dos empresários mais influentes dos EUA, parecem ter sido em vão. Ele afirma ter feito o possível para aconselhar Trump, por meio de funcionários da Casa Branca e grupos consultivos, para permanecer no acordo.



Somaram-se a ele representantes de outras grandes empresas tecnológicas e indústrias, que também manifestaram sua frustração com a decisão presidencial.

"Por uma questão de princípios, entreguei minha renúncia ao conselho do presidente, após a retirada do Acordo de Paris", tuitou o CEO da Disney, Bob Iger. 

"Decepcionado com a decisão de hoje sobre o Acordo de Paris", escreveu o CEO da General Electric, Jeff Immelt. "A indústria deve agora liderar, e não depender do governo", acrescentou.

A associação Information Technology Industry Council, que representa empresas do setor tecnológico, expressou sua "decepção" com a medida e assegurou que é "um passo atrás na liderança dos Estados Unidos no mundo", disse seu presidente, Dean Garfield.

"Apesar disso, mantém-se intacta a determinação da indústria da tecnologia de inovar e resolver a ameaça que representa a mudança climática e gerar oportunidades que criem empregos e façam crescer nossa economia", completou.

As gigantes petroleiras ExxonMobil e Chevron reiteraram seu apoio ao acordo, enquanto a fabricante de automóveis General Motors indicou que a decisão da Casa Branca não desistirá de buscar soluções para enfrentar as mudanças climáticas.

"A GM não vacilará em seu compromisso com o meio ambiente, e sua posição sobre as mudanças climáticas não mudou", indicou a companhia em um comunicado. "Acordos internacionais à parte, nos mantemos comprometidos em criar um ambiente melhor", esclareceu.

A porta-voz da Chevron, Melissa Ritchie, disse que sua companhia "apoia continuar com o acordo de Paris, pois representa um primeiro passo rumo a um marco global". "O acordo se alinha com a própria política da companhia sobre emissões de gás carbônico", acrescentou.

A possível ausência dos empresários no conselho seria vista como mais um momento conturbado e polêmico do atual governo americano. Desde que assumiu a presidência, Trump passou a modificar os regulamentos energéticos feitos pela gestão de Barack Obama, e gerando indignação por parte de membros influentes do setor de energia.

O Acordo de Paris é um tratado que rege medidas de redução de emissão de dióxido de carbono a partir de 2020. Uma das metas é controlar o aquecimento global.