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Em coma, estudante americano que estava preso na Coreia do Norte é extraditado

29.fev.2016 - Otto Warmbier conversa com a imprensa da Coreia do Norte após sua prisão - Kim Kwang Hyon/AP
29.fev.2016 - Otto Warmbier conversa com a imprensa da Coreia do Norte após sua prisão Imagem: Kim Kwang Hyon/AP

Do UOL, em São Paulo

13/06/2017 11h29Atualizada em 13/06/2017 15h20

O estudante americano Otto Warmbier, 22, que estava detido na Coreia do Norte, foi extraditado nesta terça-feira (13). Otto havia sido preso em janeiro de 2016 no aeroporto de Pyongyang pouco antes de pegar o voo para sua casa nos Estados Unidos.

Segundo seus pais, Fred e Cindy Warmbier, o estudante está em coma desde março do ano passado --sem contato direto com ele, a família ficou sabendo de sua real condição há apenas uma semana. Ele teria contraído botulismo, intoxicação alimentar causada por uma bactéria.

"Otto deixou a Coreia do Norte e está em um voo para os EUA. Infelizmente, ele está em coma, e fomos avisados de que ele está nessa condição desde março de 2016. Descobrimos isso apenas na semana passada. Queremos que o mundo saiba como nós e nosso filho fomos brutalizados e aterrorizados pelo regime da Coreia do Norte. Estamos gratos que ele finalmente ficará ao lado das pessoas que o amam", disse a família, em comunicado.

A libertação foi confirmada pelo secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson --que, no entanto, não citou as condições médicas do estudante. "Por ordem do presidente, o Departamento de Estado assegurou a soltura de Otto Warmbier na Coreia do Norte. Ele está a caminho dos Estados Unidos para se reunir com sua família", afirmou Tillerson.

O estudante deve desembarcar em Cincinnati, onde mora sua família, na noite desta terça.

"Nosso filho está vindo para casa", disse Fred Warmbier, pai do estudante, ao "Washington Post". "No momento, estamos o tratando como se ele tivesse sofrido um acidente. Veremos ele hoje à noite."

Segundo o jornal, representantes norte-coreanos entraram em contato com os Estados Unidos na semana passada informando sobre a situação médica do estudante. O presidente americano, Donald Trump, teria liderado a operação de resgate do estudante --não está claro o que exatamente foi negociado com o regime de Kim Jong-un.

Warmbier foi preso em janeiro de 2016, de acordo com as autoridades norte-coreanas, depois de ter sido flagrado em uma filmagem tentando roubar um cartaz de propaganda política do hotel no qual ele estava hospedado, supostamente a mando de um membro de uma igreja protestante de Ohio, uma organização universitária secreta e a CIA --a agência norte-americana de inteligência.

Ele havia sido declarado culpado e sentenciado a 15 anos de trabalho forçado pela acusação de cometer "atos hostis" contra o regime.

A libertação do estudante ocorre no dia da chegada do ex-jogador da NBA Dennis Rodman à Coreia do Norte, país que ele já visitou em outras ocasiões --ele é amigo pessoal do ditador Kim Jong-un.

Ao embarcar, Rodman foi questionado pela CNN sobre a possibilidade de abordar o assunto dos americanos presos na Coreia do Norte --além de Warmbier, outros três americanos permanecem detidos no país. Ele afirmou que essa não era a razão para a visita. "Meu propósito é ir lá e ver se consigo continuar trazendo esportes para a Coreia do Norte", disse o ex-jogador de basquete.

Três americanos ainda estão presos

Três americanos permanecem detidos na Coreia do Norte: os professores Kim Hak-Song e Kim Sang-duk (Tony Kim), que davam aulas na Universidade de Ciências e Tecnologia de Pyongyang (PUST), a única instituição de ensino internacional no país, e o empresário Kim Dong-chul, capturado na fronteira com a China em outubro de 2015.

Kim Dong-chul, de 62 anos, cumpre uma pena de 10 anos de detenção e trabalhos forçados pela acusação de espionagem. Os professores aguardam julgamento.

O secretário de Estado afirmou que o caso deles está sendo discutido entre representantes americanos e autoridades norte-coreanas. (Com agências internacionais)