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Garotinho salva pai ao doar medula e é homenageado por hospital na Argentina

Alejo Ferrero, 8 anos, enfrentou internações para ajudar seu pai com leucemia - Reprodução
Alejo Ferrero, 8 anos, enfrentou internações para ajudar seu pai com leucemia Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

25/07/2017 17h47

O pequeno Alejo, de apenas oito anos, salvou a vida de seu pai Rodolfo Ferrero ao doar sua medula óssea. Morador de Puerto General San Martín, uma pequena cidade na província de Santa Fé, na Argentina, o garotinho se transformou em herói e ganhou até homenagem do hospital onde foi internado: “Melhor Paciente do Ano”.

Rodolfo, 27, foi diagnosticado com leucemia em 2015, quando Alejo tinha seis anos. Desde então, a criança já sabia que teria um papel importante pela frente.

"Ele não veio ao mundo para me salvar, e sim o que nos faz viver", disse o pai, emocionado, para o jornal argentino Clarín. Após uma extensa busca por doadores compatíveis por dois anos, foi decidido que a melhor opção seria mesmo o filho. Entretanto, foi necessário esperar que Alejo estivesse um pouco maior para que o transplante pudesse ser feito.

Alguns doadores compatíveis foram encontrados na Alemanha, mas a logística e a falta de certeza de que seriam 100% compatíveis fizeram os médicos optarem pelo pequeno Alejo.

Desde fevereiro, Rodolfo passa por sessões de quimioterapia. "Me fizeram a quimio antes do transplante para que as células de Alejo conseguissem se alojar melhor e meu corpo não as rejeitasse", disse o pai.

Para ajudar o pai, o pequeno Alejo encarou duas extrações diárias durante quatro dias seguidos. Ele ainda terá, daqui a dez dias, mais uma internação no hospital, onde ficará três dias. Ele ganhou o título de “Melhor Paciente do Ano” pela valentia por enfrentar o procedimento.

"A ideia é deixar ele descansar, para que se recomponha e que não se afete, o que sempre foi prioridade para mim", afirmou Rodolfo.

O pai também tem mais desafios para enfrentar: ele agora foi diagnosticado com neutropenia, uma baixa em um tipo específico de células brancas, responsáveis pela defesa do organismo.

A doação de medula óssea é um procedimento relativamente simples. A anestesia pode ser peridural (que afeta da cintura para baixo e mantém a pessoa acordada) ou geral. A medula é retirada do interior do osso da bacia por meio de punções. Em 15 dias, o doador já tem sua medula completamente restaurada e a retirada dura aproximadamente 90 minutos. O tempo de recuperação costuma ser de uma semana.

Tanto no Brasil quanto na Argentina, existem órgãos que cadastram interessados em doar a medula óssea. É necessário ter entre 18 e 55 anos, não apresentar doenças infecciosas nem incapacitantes e estar em bom estado de saúde. Por aqui, já são mais de 4 milhões de pessoas cadastradas como doadores, sendo o terceiro maior do mundo. Na Argentina, são 193.449 segundo dados do registro nacional de doadores.