Ex-procuradora destituída por Maduro foge da Venezuela e está na Colômbia
A ex-procuradora-geral venezuelana Luisa Ortega Díaz, destituída pela Assembleia Nacional Constituinte do seu país, e seu marido, o deputado Germán Ferrer, chegaram nesta sexta-feira à Bogotá, procedentes de Aruba, segundo informou a Migração da Colômbia. A informação acrescentou que ambos fizeram "seu correspondente trâmite migratório perante as autoridades colombianas", sem oferecer maiores detalhes.
Mais cedo, Ortega acusou o presidente Nicólas Maduro de envolvimento no esquema de pagamentos de propina realizado pela empreiteira Odebrecht em trocas de contrato no país.
"Eles estão preocupados e angustiados porque sabem que temos informação e detalhes de toda a cooperação, valores e pessoas que ficaram ricas e essa investigação envolve Nicólas Maduro e seu entorno", denunciou Ortega , na Cúpula de Procuradores e Promotores da América Latina.
Proibida de deixar o país, ela participou por videoconferência do encontro que acontece em Puebla, no México. A jurista alertou os colegas latino-americanos para evitar a troca de informações com o atual procurador-geral venezuelano, Tarek Saab, e afirmou que qualquer evidência enviada ao Ministério Público pode ser destruída e as informações usadas para atentar contra a fonte.
Ortega acusou ainda Maduro de destituí-la do cargo para acabar com as investigações sobre os pagamentos de suborno.
A ex-procuradora foi destituída no último dia 5 de agosto pela Assembleia Constituinte, que a acusou de ter cometido "atos imorais". Ela disse também que diversos procuradores deixaram à Venezuela por temer por suas vidas.
Após o Departamento de Justiça dos EUA revelar no final do ano passado que a empreiteira brasileira pagou cerca de US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e África, o Parlamento venezuelano aprovou em fevereiro a abertura de uma investigação sobre o caso.
No comando do Ministério Público, Ortega era responsável pelo inquérito. Segundo declaração do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a empreiteira pagou subornos na Venezuela que chegaram a US$ 98 milhões, ficando atrás apenas do Brasil. (Com agências internacionais)
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