Seul estuda criar míssil poderoso para destruir arsenal da Coreia do Norte
Diante do aumento das ameaças da Coreia do Norte, com o desenvolvimento de seus mísseis e arsenal nuclear, a Coreia do Sul pretende desenvolver um míssil balístico capaz de carregar ogivas poderosas o suficiente para destruir as instalações militares subterrâneas e o comando de guerra do regime do Kim Jong-un. As informações são do jornal Korea Herald desta terça-feira (5).
Segundo as fontes militares ouvidas pelo jornal, o governo considera um plano para construir um míssil terra-terra que possa atingir todo o território norte-coreano e possa ser carregado com mais de duas toneladas de material explosivo.
Antes, a Coreia do Sul não poderia ter ogivas com mais de 500 kg em mísseis balísticos que tivessem alcance de até 800 km.
O projeto foi revelado um dia depois que os presidentes sul-coreano Moon Jae-in e norte-americano Donald Trump conversaram sobre descartar um limite de peso de ogivas de mísseis da Coreia do Sul.
"É crucial adotar medidas práticas e poderosas que façam a Coreia do Norte perceber [o impacto das ações]", teria dito Moon Jae-in durante a conversa telefônica com Donald Trump na segunda-feira (4).
Se a Coreia do Sul desenvolver esse novo míssil, o país terá seus próprios meios de atingir as instalações da Coreia do Norte, além de contar com aqueles empregados pelos militares dos EUA, segundo os analistas.
Exercícios militares
O exército da Coreia do Sul realizou nesta terça-feira manobras navais com fogo real no Mar do Leste (Mar de Japão), em resposta ao último teste nuclear norte-coreano ocorrido dois dias antes.
Os exercícios contaram com a participação da fragata de 2.500 toneladas Gangwon, de uma patrulheira de 1.000 toneladas e de vários navios de alta velocidade, e incluíram o lançamento de mísseis guiados, segundo o Ministério de Defesa de Seul.
"O treinamento está destinado a melhorar a capacidade de resposta imediata perante possíveis provocações navais do inimigo", afirmou o comandante Choi Young-chan em declarações à agência local "Yonhap".
Seul anunciou que seu exército e o dos Estados Unidos pretendem fazer exercícios antissubmarinos no Mar do Leste durante quinta-feira e sexta-feira.
A Coreia do Norte realizou no domingo seu sexto teste atômico e o mais potente até a data, com um artefato termonuclear que, segundo Pyongyang, pode ser instalado em um dos seus projéteis balísticos intercontinentais, o que significaria que o país tem capacidade de fazer um ataque nuclear contra os EUA.
Coreia do Norte oferece "mais presentes" aos EUA
A Coreia do Norte disse nesta terça-feira que endereçou recentemente um "pacote de presente" aos Estados Unidos, e que mais virão em seguida.
Han Tae Song, embaixador da Coreia do Norte na Organização das Nações Unidas, em Genebra, fez a declaração em pronunciamento à Conferência do Desarmamento promovida pela ONU, dois dias depois que seu país conduziu seu sexto e maior teste nuclear até o momento.
"As recentes medidas de autodefesa do meu país são pacotes de presente endereçados a ninguém mais que os EUA", disse Han, ao fórum.
"Os Estados Unidos continuarão a receber mais pacotes de presente do meu país enquanto continuarem recorrendo a provocações imprudentes e tentativas fúteis de colocar pressão na Coreia do Norte", disse.
China pede diálogo
As sanções contra a Coreia do Norte não solucionarão a crise na península se outras formas de aliviar a tensão não forem abertas, disse, nesta terça-feira, o Governo da China, enquanto a ONU estuda uma nova e mais forte resolução contra Pyongyang após seu teste nuclear.
Para resolver o conflito, "a força militar nunca é uma opção e as sanções por si só não oferecem uma saída", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, em entrevista coletiva.
No entanto, Geng não esclareceu se a China apoiará uma nova rodada de sanções contra seu vizinho e se limitou a dizer que "as decisões do Conselho de Segurança dependem do resultado das discussões entre os membros" deste órgão.
Em um momento em que Estados Unidos, França e Reino Unido pedem uma resposta mais firme contra o regime norte-coreano após o teste nuclear realizado no último domingo, Geng solicitou que as conversas sejam retomadas e espera que todas as partes evitem uma escalada da tensão.
Neste momento, considera Geng, a "tendência dominante" é conseguir uma solução pela via "pacífica" e a China espera que todas as partes envolvidas sejam sensatas e "mantenham a calma", ao invés de "colocar lenha na fogueira".
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