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Mexicanos continuam luta para salvar menina de 12 anos presa nos escombros de escola

Equipes de resgate tentam retirar menina de 12 anos localizada com vida sob os escombros da escola Enrique Rebsamen - Edgard Garrido/Reuters
Equipes de resgate tentam retirar menina de 12 anos localizada com vida sob os escombros da escola Enrique Rebsamen Imagem: Edgard Garrido/Reuters

Do UOL, em São Paulo

21/09/2017 10h24

As equipes de resgate mexicanas concentram todos os esforços para salvar uma menina de 12 anos que ainda está presa sob os escombros da escola que desabou na Cidade do México durante o terremoto que abalou o país há dois dias, que deixou pelo menos 250 mortos.

Identificada como Frida Sofia, ela mexeu os dedos quando perguntada pelos bombeiros sobre sua condição, na quarta-feira (20). Ela também chegou a responder que conseguia ver outros dois estudantes, mas não era capaz de dizer se eles estavam vivos, de acordo com a emissora Televisa.

"Não sabemos como chegar até ela sem provocar o risco de colapso e sem arriscar a vida dos socorristas", disse ao canal Televisa o almirante José Luis Vergara, que coordena o resgate. Ele contou que conseguiu falar rapidamente com a menina, que recebeu água e oxigênio e disse estar "muito cansada".

Até o momento, 11 crianças e uma professora foram retiradas com vida dos escombros da escola. De acordo números da Secretaria de Educação Pública (SET), o desmoronamento do prédio deixou ao menos 25 pessoas mortas, sendo 21 crianças e quatro adultos.

Na zona norte da cidade, um homem e uma mulher de mais de 90 anos foram resgatados depois de passarem 26 horas presos nas ruínas de um edifício, de acordo com as autoridades locais.

Drone mostra imagens de destruição na Cidade do México

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Os trabalhos eram acelerados quase dois dias depois da tragédia. Segundo especialistas, uma pessoa sobrevive em média 72 horas sob os escombros. Os mexicanos recordam, contudo, que, depois do devastador terremoto de 1985, a resistência humana superou as expectativas.

A tragédia desta semana também provocou vítimas estrangeiras: Taiwan, Panamá e Espanha confirmaram mortes. Dois brasileiros ficaram feridos.

"A prioridade continua sendo salvar vidas e dar atendimento médico", declarou o presidente Enrique Peña Nieto.

O número de mortos pelo terremoto que devastou parte do México já chega a 250, de acordo com Miguel Ángel Mancera, secretário de Governo da capital do país, citado pela emissora CNN Español. São 115 vítimas na Cidade do México; 73 em Morelos; 43 em Puebla; 13 em Edomex; 5 em Guerrero; e 1 em Oaxaca.

Mobilização

Em 19 de setembro de 1985, exatos 32 anos antes do terremoto desta semana, a capital mexicana ficou parcialmente destruída por um terremoto de 8,1 graus que deixou mais de 10 mil mortos.

Com um governo ausente, os mexicanos se organizaram para reconstruir a metrópole das ruínas, mudando a história social e política da cidade.

Como em um exercício de memória coletiva, sem importar a idade, já que os moradores da capital cresceram assistindo às imagens do tremor de 1985 e participando de simulações, em 2017, a sociedade se organizou de modo espontâneo.

Milhares de pessoas saíram às ruas e ajudaram a retirar os escombros com as mãos, assim como ofereceram alimentos e água aos socorristas e desabrigados. Desta vez, contaram com a presença das autoridades e com o apoio da tecnologia do século XXI.

Entre os socorristas, a imprensa destaca um civil que passou a ser chamado de "Jorge Houston", por usar uma flanela com o nome da cidade americana.

Ele foi a pessoa que mais vezes entrou nos escombros da escola destruída e conseguiu levar água e oxigênio até a menina localizada nas ruínas.

Ao mesmo tempo, várias pessoas fazem uma espécie de "turismo" pós-terremoto, com direito a "selfies" diante de prédios que desabaram ao redor da cidade.

Uma das maiores atrações era um carro de luxo italiano que foi esmagado no bairro de Roma-Condesa, conhecido por seus bares e restaurantes e onde vivem muitos estrangeiros.

O México fica entre cinco placas tectônicas e é um dos países com maior atividade sísmica no mundo.

No dia 7 de setembro, um terremoto de magnitude 8,1, o mais forte em um século no México, deixou 96 mortos e mais de 200 feridos no sul do país, especialmente nos estados de Oaxaca e Chiapas.