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Namorada diz que atirador de Las Vegas era 'carinhoso' e não desconfiou de plano

Marilou Danley chegou aos EUA para prestar depoimentos à polícia - Foto: Reprodução/Facebook
Marilou Danley chegou aos EUA para prestar depoimentos à polícia Imagem: Foto: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

04/10/2017 20h54

Marilou Danley, 62, a namorada do atirador que matou 58 pessoas em Las Vegas, disse que não sabia dos planos de Stephen Paddock. Em uma nota lida por seu advogado à imprensa norte-americana na noite desta quarta-feira (4), ela descreveu o parceiro como "carinhoso e quieto". 

Ela, que estava nas Filipinas desde o dia 25 de setembro e retornou aos EUA na noite de terça-feira (3), é considerada uma "pessoa de interesse" na investigação, mas não suspeita.

Autoridades questionaram Marilou em um primeiro depoimento sobre as compras de armas do namorado, uma transferência bancária de 100 mil dólares para um banco filipino que pensam ter sido destinada a ela e sobre se Marilou viu quaisquer mudanças no comportamento de Paddock antes de deixar os Estados Unidos.

Em nota, Marilou disse que o namorado em momento algum deixou a entender que cometeria um ato tão violento. "Nunca disse nada ou nunca tomou qualquer ação que deixasse a entender ou servisse de advertência de que algo horrível aconteceria." 

Câmeras mostram ações dos policiais em Las Vegas

Band News

Há pouco mais de duas semanas, segundo ela, Paddock comprou uma passagem de avião surpresa para que ela pudesse visitar sua família nas Filipinas. A viagem ocorreu três dias antes de ele se hospedar em um quarto no 32º andar no MandalayBay, em Las Vegas, de onde atirou na multidão que assistia a um festival de música country.

Poucos dias depois de chegar no país asiático, Marilou disse ter se surpreendido novamente com Paddock, que depositou a quantia de US$ 100 mil em sua conta. A quantia, como apontou na nota, era para que ela comprasse uma casa para ela e sua família. 

"Eu estava agradecida, mas, honestamente, preocupada. Primeiro pelo fato da viagem inesperada para casa, e depois pelo dinheiro", disse ela, que afirmou ter pensado na possibilidade de as atitudes serem uma forma de rompimento. 

"Nunca me ocorreu de forma alguma que ele estava planejando violência contra qualquer um", afirmou Marilou, que disse ter conhecido Paddock como "um homem carinhoso, atencioso e quieto." "Eu o amava e esperava um futuro com ele", disse no comunicado. 

Seu advogado, Matt Lombard, disse que ele e sua cliente estavam "cooperando plenamente" com o FBI e a polícia de Las Vegas.

Mais de 500 pessoas ficaram feridas, algumas pisoteadas na confusão, quando Paddock, de 64 anos, disparou tiros de seu quarto de hotel no 32º andar por cerca de 10 minutos na noite de domingo. Ele se matou antes de a polícia entrar no quarto e encontrar até 23 armas, elevando o total de mortos para 59.

Doze de seus rifles estavam equipados com chamados "bump stocks", disseram autoridades, permitindo que as armas fossem disparadas como se fossem armas automáticas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitou Las Vegas na quarta-feira para prestar seu respeito e apoiar socorristas, marcando a primeira vez em que teve que lidar com um grande ataque em massa ao estilo dos que mataram centenas de pessoas nos anos recentes nos Estados Unidos.