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FBI encontra segundo uzbeque suspeito de envolvimento no ataque de Nova York

Do UOL, em São Paulo*

01/11/2017 20h41

O FBI informou nesta quarta-feira (1º) ter encontrado o segundo suspeito - uzbeque - pelo atentado da véspera em Nova York, que deixou oito mortos e 12 feridos.

Ataque_terrorista - Courtesy FBI New York - Courtesy FBI New York
Mukhammadzoir Kadirov é supseito de envolvimento em ataque de Nova York
Imagem: Courtesy FBI New York
Menos de uma hora após a divulgação de fotos de Mukhammadzoir Kadirov, 32, o diretor de Informação do FBI, Bill Sweeney, revelou que o suspeito foi localizado. "Já não estamos buscando este indivíduo. Foi encontrado e vai ficar aqui". 

Ainda não se sabe qual teria sido a participação de Kadirov no ataque, que foi conduzido pelo uzebeque Sayfullo Habibullaevic Saipov, 29, que foi preso logo após ser baleado por policiais. 

Em depoimento às autoridades norte-americanas, Saipov disse ter se inspirado no Estado Islâmico e ter escolhido o Halloween para matar mais pessoas. O atentado foi planejado por mais de um ano, e policiais encontraram na camionete um bilhete com a frase "O Estado Islâmico durará para sempre", além de várias facas. No entanto, acredita-se que Saipov tenha agido sozinho, sem a coordenação do grupo extremista. 

Histórico

Cidadão do Uzbequistão de 29 anos, ele chegou aos Estados Unidos em 2010. Acredita-se que Saipov morava em Paterson, Nova Jersey, um ex-polo industrial localizado cerca de 40 quilômetros a noroeste de Manhattan. 

Ele alugou uma caminhonete de uma Home Depot, em Nova Jersey uma hora antes do ataque, segundo informou a polícia. 

O agressor jogou sua caminhonete contra ciclistas e pedestres e teria gritado "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe), antes de ser baleado pela polícia.

Saipov está no hospital e seu estado clínico ainda não foi detalhado. Cinco argentinos, uma cidadã belga e dois americanos morreram no ataque.

Foram encontradas em volta do veículo várias facas e duas armas de brinquedo - uma de pressão (chumbinho) e outra de paintball, segundo a polícia. Investigadores apreenderam vídeos de câmeras de segurança da região e vão reconstruir o trajeto do suspeito durante o ataque.

O policial Ryan Nash, 28, que baleou o suspeito foi elogiado pelo prefeito de Nova York, Bill de Blasio. "Ele merece todas as homenagens das pessoas dessa cidade, assim como seus parceiros", disse De Blasio. "Dezenas de vidas poderiam ter ficado sob risco. Ryan imediatamente interrompeu essa ameaça", acrescentou o prefeito.

Quem é o suspeito

Saipov morava em Paterson, no Estado de Nova Jersey, a cerca de uma hora de Nova York, e já havia cometido infrações de trânsito em Missouri e na Pensilvânia.

Ao chegar o país, acredita-se que o suspeito tenha morado inicialmente no Estado de Ohio. Em Cincinnati, um conhecido chamado Dilnosa Abdusamatova disse que Saipov viveu por um curto período com sua família. "Ele sempre trabalhava", disse Abdusamatova ao "The Cincinnati Enquirer". "Ele não ia a festas nem a outros lugares. Ele apenas costumava ficar em casa e descansar, ia e vinha direto do trabalho".

Segundo a família, Saipov costumava dormir tarde e estava tentando melhorar o seu inglês. Nas palavras de Bekhzod Abdusamatov, 22, Saipov "era uma pessoa muito boa quando o conheci". "Ele gostava dos EUA. Ele parecia ter muita sorte e todo o tempo estava feliz, falava como se tudo estivesse OK. Ele não parecia um terrorista, mas não sei como ele era internamente", acrescentou.

Segundo as autoridades, a sua carteira de motorista tinha como endereço um condomínio em Tampa, na Flórida. Moradores do local disseram que agentes do FBI foram ao local na noite de terça-feira (31) e interrogaram alguns moradores.

Vídeo mostra tentativa de fuga de suspeito de ataque em NY

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Um amigo que encontrou Saipov na Flórida, Kobilion Matkarov, disse ao "New York Times" e ao "New York Post" que o suspeito parecia uma "boa pessoa". "Meus garotos gostavam dele também. Ele sempre brincava com eles", disse Matkarov.

O Uber, aplicativo de transporte, disse que Saipov passou pela verificação de seus antecedentes e dirigiu pelo serviço por seis meses, fazendo mais de 1.400 viagens.

Ainda não se sabe se o ato foi individual ou parte de uma ação coletiva liderada pelo EI ou por outro grupo terrorista. A Força Tarefa Antiterrorismo do FBI está liderando as investigações.

O presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, enviou uma carta de condolências ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que seu país está disposto a usar todos os recursos para ajudar a investigar o ataque de terça-feira em Nova York.

(*Com agências internacionais)