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Trump culpa democrata por entrada de suspeito nos EUA e é acusado de 'politizar' atentado

SAUL LOEB/AFP
Imagem: SAUL LOEB/AFP

Do UOL, em São Paulo

01/11/2017 11h06

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou um senador democrata após o atentado com um caminhão que deixou oito mortos em Nova York na terça-feira (31).

Segundo o presidente americano, o uzbeque Sayfullo Habibullaevic Saipov, suspeito preso pelo atentado, chegou ao país por meio de um programa de imigração chamado 'Diversity Visa Lottery', que sorteia um número limitado de vistos para imigrantes oriundos de países com baixa taxa de imigração aos EUA.

Divulgada primeiramente pela emissora ABC7, de Nova York, a informação de que Saipov entrou nos EUA por esse programa foi mais tarde confirmada pelo Departamento de Segurança Interna.

Chuck Schumer, atual líder democrata no Senado e oponente de Trump, idealizou um programa de incentivo a imigrantes de minorias em 1990 - meses depois, a Câmara aprovou o 'Diversity Visa Lottery', apresentado por outro senador democrata, Ted Kennedy.

Anos depois, em 2013, Schumer fez parte de um grupo de oito congressistas, democratas e republicanos, que tentou encerrar o projeto - a proposta, entretanto, foi barrada na Câmara.

"O terrorista veio para o nosso país através do que é chamado de 'Diversity Visa Lottery Program', um presente do Chuck Schumer. Eu quero (um programa) baseado em mérito. Estamos lutando duro por um sistema baseado em mérito, e não mais sistemas de sorteio dos democratas. Precisamos ficar mais duros (e mais espertos)", escreveu Trump no Twitter.

Em seguida, Trump citou uma declaração do ex-agente da CIA Tony Shaffer, que disse à emissora "Fox" que o senador Schumer "ajuda a importar os problemas da Europa", e prometeu que vai "acabar com esta loucura".

Presidente politiza a tragédia, dizem democratas

Em sua resposta, Schumer acusou Trump de politizar o atentado e disse que continua a acreditar que "a imigração é boa" para o país. "O presidente Trump, em vez de politizar e dividir o país, o que ele sempre parece fazer quando ocorre uma tragédia nacional, deveria focar na solução real: investir em contraterrorismo, que é algo que ele propôs cortar em um seu orçamento mais recente", afirmou Schumer.

"Estou pedindo ao presidente que imediatamente rescinda os cortes que ele propôs para esse vital investimento em contraterrorismo", completou o senador.

Vídeo mostra tentativa de fuga de suspeito de ataque em NY

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Além de Schumer, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, e o governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, ambos democratas, também pediram a Trump que não politize a tragédia. "Esse não é um momento de fazer política e nem um momento para semear o ódio", disse Cuomo ao ser questionado sobre as postagens de Trump.  

Cuomo disse que os tweets de Trump "não ajudam". "Penso que elas [publicações] tinham uma tendência de apontar dedos e politizar a situação. E o tweet aparentemente nem era preciso [em termos de informação], pelo que eu soube. Você joga com os terroristas quando você divide e assusta as pessoas. O tom, agora, deveria ser exatamente o oposto", afirmou o governador de Nova York.

Recentemente, Trump entrou em atrito com Schumer por causa da proposta de reforma tributária do presidente americano, que prevê a redução de impostos para empresas e simplificação de categorias de imposto de renda. Os democratas afirmam que reforma beneficia apenas os mais ricos.

No começo do mês, o presidente buscou o líder democrata para conseguir apoio ao seu projeto de lei da saúde, que mudaria o programa conhecido como Obamacare, de Barack Obama, defendido pelos democratas.