Justiça emite mandado internacional de prisão para líder destituído da Catalunha e outros quatro
A Justiça espanhola emitiu um mandado de prisão para o líder destituído da Catalunha Carles Puigdemont e quatro de seus ex-conselheiros, todos atualmente na Bélgica, informou o Tribunal Superior em um comunicado na sexta-feira (3).
A ordem para capturar e prender Puigdemont e seus colaboradores está dirigida às autoridades judiciais belgas, onde "aparentemente estão os cinco investigados" que não se apresentaram perante a Justiça espanhola, informou o alto tribunal em Madri.
As autoridades belgas receberam o mandado de prisão da Espanha para o líder catalão expulsado Carles Puigdemont e vão examiná-lo antes de entregá-lo a um juiz, disse o promotor federal Eric Van Stite.
"Vamos estudá-lo, vamos dar isso a um juiz de investigação talvez amanhã ou depois de amanhã", disse Van der Sypt à Reuters. Os comentários ocorreram algumas horas depois que a Espanha emitiu o mandado de prisão.
A emissão acontece um dia após a prisão de oito membros do antigo governo separatista, incluindo o vice-presidente destituído.
Puigdemont partiu para a Bélgica depois que o governo regional da Catalunha foi destituído pelo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, horas depois que o Parlamento catalão fez uma declaração unilateral de independência na sexta-feira passada.
Os cinco políticos são acusados de rebelião, sedição e uso indevido de fundos públicos.
De acordo com o jornal espanhol "El País", a juíza Carmen Lamela enviou ordens de detenção à polícia belga, e também uma ordem nacional e internacional para a Guarda Civil, caso os procurados deixem a Bélgica.
Puigdemont quer disputar eleições em dezembro
Mais cedo, o ex-presidente da Catalunha disse estar "pronto" para disputar as eleições regionais antecipadas para 21 de dezembro à TV estatal belga RTBF.
Após a declaração unilateral de independência realizada pelo parlamento regional catalão há uma semana, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou a implementação do artigo 155 da Constituição espanhola para retornar à legalidade e, entre suas medidas, convocou eleições autônomas na Catalunha para o próximo dia 21 de dezembro.
"Nós nos consideramos um governo legítimo. Deve haver uma continuidade para dizer ao mundo o que está acontecendo na Espanha... Não é com um governo na prisão que as eleições serão neutras, independentes, normais", disse ele.
O ex-presidente regional catalão assegura, além disso, que o motivo do seu deslocamento à Bélgica é evitar uma onda de violência e garante que "a violência nunca foi uma opção para nós".
"Não fugi, mas era impossível preparar bem a defesa", diz também Puigdemont, que afirma que deseja comparecer perante os juízes, mas "perante a verdadeira justiça (da Bélgica), não perante a justiça espanhola", segundo outro trecho adiantando pela emissora.
Protestos contra prisões 'políticas'
Na quinta-feira, a mesma juíza já havia mandado prender oito membros do governo catalão destituído que ainda estavam em território espanhol, entre eles o vice-presidente Oriol Juqueras.
Após o decreto, milhares de pessoas foram às ruas da Catalunha na noite de quinta-feira (2) em protesto contra o que chamava de "prisões políticas". Os manifestantes se concentraram em Barcelona, Girona, Lérida e Tarragona.
(Com agências internacionais)
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