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Exército da Coreia do Norte atira contra soldado desertor que fugiu para o Sul

19.jul.2017 - Imagem de arquivo mostra soldado sul-coreano gesticulando na vila de Panmunjom, na fronteira entre as duas Coreias - Ahn Young-joon/ AP
19.jul.2017 - Imagem de arquivo mostra soldado sul-coreano gesticulando na vila de Panmunjom, na fronteira entre as duas Coreias Imagem: Ahn Young-joon/ AP

Do UOL, em São Paulo

13/11/2017 08h59

Tropas norte-coreanas dispararam contra um soldado que estava desertando para a Coreia do Sul, nesta segunda-feira (13), na fronteira que divide os dois países, segundo autoridades sul-coreanas.

O soldado foi baleado, mas conseguiu alcançar a Coreia do Sul, disseram militares em um comunicado.

O desertor norte-coreano atravessou Panmunjom, a vila na fronteira entre as duas Coreias. Alertado por tiros, soldados sul-coreanos encontraram o soldado desertor cerca de 50 metros ao sul da fronteira. Ele foi levado ao hospital com ferimentos de bala em um cotovelo e no ombro, disseram autoridades sul-coreanas.

O incidente ocorreu às 16h hora sul-coreana (4h, em Brasília) e aconteceu na Área de Segurança Conjunta (JSA) de Panmunjom, o único lugar da DMZ no qual teoricamente soldados das duas Coreias se veem frente a frente.

Segundo o New York Times, mais de 30 mil norte-coreanos fugiram para a Coreia do Sul desde o período de escassez que atingiu o Norte na década de 1990. Quase todos eles passaram pela China em sua fuga. Mas um número baixo de soldados e civis norte-coreanos se arriscam em atravessar a zona desmilitarizada de Panmunjom, que é guardada por minas terrestres, postos de sentinelas e cercas altas com arame farpado, eletrificado em alguns trechos.

Em 2012, um soldado norte-coreano escalou três cercas de arame farpado para fugir para o Sul. No mesmo, um soldado norte-coreano atravessou a fronteira após matar seus líderes militares. Em 2015, depois de caminhar ao longo da fronteira, um soldado norte-coreano disse a investigadores sul-coreanos que ele estava fugindo de maus tratos sofridos no serviço militar.

O episódio mais sangrento na história da JSA, estabelecida ao término da Guerra da Coreia em 1953, ocorreu em 1984, quando o estudante soviético Vasily Matuzok desertou à Coréia do Sul aproveitando uma visita turística realizada a Panmunjom durante uma estadia na Coreia do Norte.

Matuzok começou a correr até atravessar para o outro lado da linha de demarcação militar que divide a JSA, o que ocasionou uma prolongada troca de tiros que deixou três soldados norte-coreanos e um sul-coreano morto, além de seis feridos (um deles, um militar americano).

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AFP

Americano tenta atravessar fronteira para a Coreia do Norte

Um turista americano foi detido nesta segunda-feira na Coreia do Sul enquanto tentava atravessar a fronteira que separa o país da Coreia do Norte, segundo o Ministério de Defesa sul-coreano.

O homem, que não teve o nome divulgado, tem 58 anos, procede do estado da Luisiana e chegou à Coreia do Sul há três dias. Ao ser interrogado pelas autoridades locais, ele simplesmente disse que queria chegar à Coreia do Norte por motivos "políticos".

Um residente do condado de Yeoncheon, 55 quilômetros ao norte de Seul, alertou a polícia quando viu que alguém tinha cruzado a linha de controle para civis - estabelecida fora da Zona Desmilitarizada que separa os dois países - e se dirigia para a Coreia do Norte.

A Zona Desmilitarizada da Coreia é a faixa de quatro quilômetros de largura infestada de minas que percorre a fronteira entre ambos os países, que tecnicamente seguem em guerra há quase 70 anos. (Com as agências internacionais e o New York Times)