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Assassino insano foge de detenção, pega avião e desaparece por dias nos EUA

Foto sem data divulgada pelo departamento de polícia de Maui mostra Randall Saito - Maui Police Department via AP
Foto sem data divulgada pelo departamento de polícia de Maui mostra Randall Saito Imagem: Maui Police Department via AP

Do UOL, em São Paulo

16/11/2017 12h14

Um perigoso doente psiquiátrico no Havaí, nos EUA, fugiu de um hospital estadual no domingo (12), viajou para a Califórnia e só foi capturado na quarta-feira (15). Randall Saito foi condenado a 36 anos de reclusão por assassinato por razões de insanidade. Ele foi considerado altamente perigoso pelas autoridades e sua fuga provocou uma grande caçada.

Agora, uma investigação está sendo realizada para descobrir porque os empregados falharam em seus trabalhos de monitorar Saito. Aparentemente as falhas ocorreram em vários turnos de trabalhadores, segundo Virginia Pressler, diretora do Departamento de Saúde do Havaí. A investigação trabalha com a hipótese dos trabalhadores terem sido negligentes inadvertidamente ou intencionalmente em monitorar o paciente e avisar seus supervisores.

Saito deixou o hospital pelo menos oito horas antes de ser dado o alerta de sua fuga às autoridades. A fuga ocorreu no domingo (12). Ele deixou o leito 202 do Hospital Estadual do Havaí, nos arredores de Honolulu, onde estava detido desde que cometeu um assassinato por razões de insanidade. Na fuga, ele pegou um táxi até um avião fretado para a ilha de Maui, onde embarcou em outro avião para San Jose, na Califórnia, segundo as autoridades.

Não está claro como ele foi capaz de pegar um avião fretado e a polícia não divulgou detalhes sobre o voo para a Califórnia. O procurador-geral Doug Chin disse que a fuga foi planejada e uma investigação poderia incluir a possibilidade de que Saito tenha cúmplices.

Vídeo do interior do táxi que levou Saito até o voo fretado mostra o fugitivo usando um celular antes de embarcar com uma grande mochila. Ele diz ao motorista que está com pressa para pegar um voo.

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Imagem de câmera de vídeo de um táxi mostra Randall Saito durante sua fuga
Imagem: Charley's Taxi via AP

Durante a corrida, ele faz duas chamadas. "Estou a caminho", diz a alguém chamado Mickey. "Nós pegamos a via expressa, então, devemos chegar logo".

Minutos depois, ele faz outra ligação. "Este é o capitão que vai voar para Maui hoje? Olá. Olá. Sou eu. Estou a caminho".

Saito foi capturado em Stockton, na Califórnia, na manhã de quarta-feira (15), graças a uma dica dada por um taxista, segundo o departamento de polícia. Saito será indiciado por crime de fuga. O procurador-geral disse que a fuga não foi planejada por alguém que sofre de "defeito mental".

Os funcionários do hospital alertaram as autoridades sobre o desaparecimento de Saito às 19h30 (horário local) de domingo, duas horas depois que ele pousou na Califórnia, disse a polícia do Havaí.

Saito foi enviado ao hospital em 1981 após admitir que atirou em Sandra Yamashiro com uma arma de ar comprimido e esfaqueá-la diversas vezes em seu carro, que estava estacionado em um shopping center, de acordo com os registros da corte.

"Ele é um indivíduo muito perigoso", disse o promotor de Honolulu, Wayne Tashima, que fez a arguição em 2015 contra Saito ter autorização para deixar o hospital sem escolta.

Advogados de defesa tentaram conseguir a liberdade de Saito em 2000. Mas Jeff Albert, um ex-promotor da cidade, disse que Saito "preenche todos os critérios de um clássico serial killer".

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Foto divulgada pela polícia mostra momento em que Randall Saito foi preso em Stockton, na Califórnia
Imagem: San Joaquin County Sheriff's Office via AP

Em 1993, a Justiça negou o pedido de Saito de liberdade condicional, afirmando que ele sofria de "sadismo sexual e necrofilia".

Psiquiatras que avaliaram Saito ao longo dos anos também disseram que ele poderia ser sociável, charmoso e ter boas habilidades sociais.

Gene Altman, que avaliou Saito em 2010, disse que ele teve seis relacionamentos significativos desde 1981. Três deles foram com funcionários do hospital e outros com mulheres da comunidade, incluindo a primeira e a segunda esposas de Saito.

Após a fuga, sete funcionários do hospital foram afastados e colocados em "férias não remuneradas". Segundo apuração da Associated Press, 17 pacientes descritos como perigosos escaparam do hospital psiquiátrico do Havaí nos últimos oito anos. A maioria das fugas ocorreu quando o paciente estava sob custódia e teve autorização para deixar o local por um certo período, mas não retornou. (Com a Associated Press)