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Após ataque em NY, Trump volta a criticar imigração e defender pena de morte a terroristas

Do UOL, em São Paulo

11/12/2017 20h36

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a tentativa de atentado terrorista em Nova York --o segundo ataque em dois meses na cidade-- destaca a necessidade urgente de o Congresso aprovar as reformas para "proteger o povo americano". Trump aproveitou o ataque para voltar a criticar o sistema de imigração dos EUA e defendeu ainda a pena de morte "nos casos apropriados" envolvendo atos de terrorismo.

"A América precisa consertar o sistema de imigração, que permite que muitas pessoas perigosas e inadequadamente verificadas para entrar no nosso país. O suspeito de terror de hoje entrou no nosso país por meio da imigração estendida para familiares, o que é incompatível para a segurança nacional", diz Trump. O presidente disse ainda que sua ordem executiva contra cidadãos de oito países --seis deles de maioria muçulmana-- é um primeiro passo para aumentar a segurança do processo imigratório.

Akayed Ullah - New York City Taxi and Limousine Commission via Reuters - New York City Taxi and Limousine Commission via Reuters
Imagem do suspeito, Akayed Ullah
Imagem: New York City Taxi and Limousine Commission via Reuters
  A explosão no principal terminal de transportes de NY foi provocada por um homem de 27 anos, identificado como Akayed Ullah, morador do bairro do Brooklyn e que carregava consigo "um dispositivo explosivo rudimentar".. Segundo a imprensa local, ele teria emigrado de Bangladesh há sete anos com a família --pais e irmãos. Ullah tinha residência permanente no país. O Bangladesh não está na lista de países cuja imigração foi vetada.

Trump disse ainda que "condenados em atos de terror merecem a punição mais forte permitida pela lei, incluindo a pena de morte em casos apropriados". "O Congresso deve agir seguindo as propostas feitas pela minha administração para aumentar a segurança doméstica, incluindo o aumento de oficiais de imigração e alfândega, aumentando as autoridades para prisões e detenções na imigração", diz Trump.

A porta-voz de Trump, Sarah Sanders, argumentou também que o ataque poderia ter sido evitado com regras migratórias mais rígidas. "O presidente pediu o fim da imigração em cadeia, e se isso tivesse ocorrido poderia ter sido evitado que essa pessoa entrasse nos Estados Unidos", disse, acrescentando que o governo continuará pressionando "agressivamente" por uma reforma migratória.

O suspeito do ataque foi ferido na explosão e está detido.

Explosão feriu três pessoas

A explosão ocorreu na hora do rush matinal, em um túnel do metrô que liga a Times Square ao terminal rodoviário de Port Authority, perto da 42nd Street com a 8th Avenue. O suspeito foi preso com ferimentos e queimaduras pelo corpo. Três pessoas que estavam próximas ao suspeito também ficaram feridas, mas "nenhuma corre risco de morte", de acordo com os bombeiros de Nova York.

Embora os motivos do ataque não tenham sido esclarecidos, Cuomo disse que o suspeito não integrava uma "rede sofisticada", embora aparentemente estivesse "influenciado" pelo grupo Estado Islâmico ou outro grupo extremista.

A explosão - que aconteceu às 07h20 do horário local (10h20 horário de Brasília) - foi provocada por uma bomba artesanal presa ao corpo do agressor. O ataque foi filmado por câmeras de segurança. A explosão provocou pânico no túnel, e "todo mundo começou a correr".

A explosão acontece durante os preparativos das festas de final de ano, que atraem centenas de milhares de turistas para a cidade mais populosa dos Estados Unidos.

A Times Square, que fica nas proximidades, é um ponto particularmente sensível, onde quase um milhão de pessoas se reúnem todos os anos para celebrar a passagem do ano. Nova York é considerada um alvo privilegiado pelos movimentos terroristas e é monitorada de perto, com milhares de oficiais uniformizados e à paisana nos vários locais turísticos.

O ataque desta segunda-feira ocorre menos de seis semanas após um atentado mortal em Manhattan, no dia 31 de outubro. Em pleno Halloween, um ataque com caminhonete deixou oito mortos e 12 feridos no extremo sul de Manhattan, constituindo o primeiro atentado mortal em Nova York desde os ataques de 11 de setembro de 2001.