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Papa Francisco celebra casamento de comissária de bordo durante voo no Chile

Casal se beija após casamento celebrado pelo papa Francisco durante voo no Chile - Twitter/ James Longman
Casal se beija após casamento celebrado pelo papa Francisco durante voo no Chile Imagem: Twitter/ James Longman

Do UOL, em São Paulo

18/01/2018 11h55

O papa Francisco celebrou o casamento de dois funcionários de companhia aérea a bordo do avião no Chile. O voo seguia de Santiago para Iquique, nesta quinta-feira (18).

Francisco estava conversando com os dois funcionários da Latam quando o casal disse que eles não tinham se casado na igreja. Então, o papa perguntou se eles queriam casar imediatamente. Eles responderam que sim.

Segundo as informações da companhia e dos jornalistas que estavam no voo, Carlo Ciuffardi, 41 anos, e Paula Podest, 39, foram pedir uma benção a Jorge Mario Bergoglio durante as mais de duras horas de viagem. Então, Francisco perguntou se eles eram casados e eles responderam que apenas no civil. 

Carlo e Paula têm dois filhos e não se casaram no religioso porque o terremoto de 2010 destruiu a igreja onde se uniriam em matrimônio.

Papa casa dois tripulantes em avião de Santiago a Iquique - Osservatore Romano via AFP - Osservatore Romano via AFP
Imagem: Osservatore Romano via AFP

Ao saber do motivo do casal não ter realizado a cerimônia e por decisão do próprio Francisco, ele fez o casamento nas alturas. O papa fez todas as perguntas comuns em uma cerimônia religiosa, como o valor do matrimônio e da união do casal.

Como testemunhas, foram rapidamente recrutados o padre Felipe Herrera, que acompanhava o voo, e o presidente da Latam, Ignacio Cueto.

Paula é a chefe das comissárias de bordo do voo, enquanto Carlo trabalha como técnico da companhia aérea.

O porta-voz da Santa Sé, Greg Burke, disse aos jornalistas a validade do matrimônio celebrado por Francisco e informou que eles receberam até mesmo uma certidão, escrita à mão, comprovando a união religiosa.

Visita ao Peru

Um arco e flecha: esse é o presente simbólico que será entregue na sexta-feira por uma comunidade indígena do Peru ao papa Francisco, a fim de que os defenda e reclame por eles as terras ancestrais que lhes foram tomadas.

"Somos um povo despojado de suas terras originárias", diz César Jojaje Eriney, de 43 anos, chefe da tribo Ese Ejja Palma Real, enquanto ajeita o cocar de penas de papagaio na cabeça e coloca seu colar tradicional, feito de dentes de jaguar e porcos selvagens.

César vê a chegada do papa "com um olhar de esperança, para que o Estado peruano devolva nossas terras" por meio dele. "É a única janela, a única oportunidade", assegura.

Nesta comunidade de 230 habitantes, acessível apenas depois de duas horas de barco pelo Amazonas a partir da cidade de Puerto Maldonado, as crianças correm descalças em meio às galinhas e, entre as poucas amostras de modernidades, alguns celulares, camisas de futebol e várias motocicletas.

O pontífice chegará na sexta-feira a Puerto Maldonado, no sudeste do país, onde se reunirá com 3.500 índios peruanos, brasileiros e bolivianos.

Entre os Ese Ejja há muito movimento: 187 habitantes se registraram para participar da visita nesta cidade à qual geralmente só vão uma vez por ano.