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Putin ironiza sua ausência em lista dos EUA com russos sujeitos a sanções: 'fiquei ofendido'

30.jan.2018 - Vladimir Putin em evento de campanha à reeleição em Moscou - AP Photo/Pavel Golovkin
30.jan.2018 - Vladimir Putin em evento de campanha à reeleição em Moscou Imagem: AP Photo/Pavel Golovkin

Do UOL, em São Paulo

30/01/2018 11h32

O presidente russo, Vladimir Putin, criticou e ironizou, nesta terça-feira, a lista divulgada pelo Departamento de Tesouro dos Estados Unidos com 210 aliados do Kremlin que poderão sofrer sanções pela acusação de interferência do país nas eleições presidenciais dos EUA em 2016.

A lista divulgada ontem tem 114 funcionários e 96 empresários russos, incluindo o primeiro-ministro Dmitri Medvedev, o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e magnatas como Roman Abramovich, presidente do clube de futebol Chelsea, da Inglaterra. Putin, no entanto, não aparece entre os nomes.

"Eu me sinto ofendido, sabe?", afirmou o presidente russo, com um sorriso no rosto. "É, certamente, um ato inamistoso. Complica as relações entre Rússia e Estados Unidos e prejudica o conjunto das relações internacionais", completou.

Ao mesmo tempo, Putin disse que a medida norte-americana é "hostil, sem dúvida". "O que eles querem? Eles precisam decidir", declarou, se referindo à política externa dos EUA. De acordo com a agência russa RT, o presidente reclamou da postura americana de pedir ajuda ao Kremlin para as negociações com Irã e Coreia do Norte ao mesmo tempo que coloca a Rússia no mesmo patamar desses dois países, considerados inimigos dos Estados Unidos.

Lista de advertência

O Tesouro norte-americano tinha prazo até meia-noite de segunda-feira para publicar a lista, respeitando uma lei aprovada no ano passado pelo Congresso.

A relação de sete páginas, que não implica sanções imediatas aos 210 russos, inclui altos funcionários dos serviços de inteligência do país e executivos de empresas públicas como a gigante petroleira Rosneft e o banco Sberbank.

Opositores de Trump acusam o presidente americano de ter sido beneficiado pelo apoio de Moscou nas eleições presidenciais e de se recusar a adotar sanções contra a Rússia.

Na segunda-feira, o Departamento de Estado do governo Trump considerou que a lei de sanções levou governos estrangeiros a desistir de contratos de armamento com empresas russas e que, portanto, era inútil impor novas sanções no âmbito da venda de armas.

Ao mesmo tempo, o diretor da CIA, Mike Pompeo, afirmou em uma entrevista à BBC que as interferências russas nos Estados Unidos não pararam e que Moscou tentará influenciar os resultados das eleições legislativas de novembro em todo território americano.