Deslocado, vice de Trump 'some' das cenas de aproximação entre as Coreias
A abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, nesta sexta-feira (9), marcou a consolidação da aproximação entre as Coreias do Sul e do Norte, com troca de cumprimentos e sorrisos entre seus chefes de Estado e o desfile conjunto das equipes dos dois países sob uma mesma bandeira, que ilustra a península reunificada.
Foi possivelmente o momento de maior aproximação entre as duas Coreias desde o fim da guerra na península, em 1953, ilustrado pelas inéditas visitas de um chefe de Estado norte-coreano e um membro da dinastia Kim ao Sul. De acordo com a CNN, diplomatas afirmaram que há "boas chances" de Kim Yo-jong convidar Moon para visitar Pyongyang neste ano. Um almoço oficial entre os norte-coreanos e o presidente do Sul está programado para este sábado (10) em Seul.
Ao mesmo tempo, Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos, inimigo do regime norte-coreano, evitou qualquer contato com Kim Yo-jong, irmã de Kim Jong-un, e Kim Yong-nam, chefe de Estado cerimonial da Coreia do Norte, e não apareceu nos holofotes nos momentos mais marcantes do evento.
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Junto com a mulher, Karen, Pence se sentou ao lado do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e da primeira-dama Kim Jung-sook. Mas logo atrás do casal anfitrião dos Jogos, e a uma distância mínima dos Pence, estavam as duas principais figuras da delegação da Coreia do Norte.
O vice de Donald Trump não conseguiu evitar as fotos ao lado dos norte-coreanos, mas chegou ao Estádio Olímpico de Pyeongchang depois do histórico aperto de mãos, acompanhado de sorrisos, entre Moon e Kim Yo-jong.
Mais cedo, no jantar de recepção aos chefes de Estado, Moon Jae-in e Kim Yong-nam se cumprimentaram e até fizeram um brinde.
Segundo a agenda protocolar, Pence devia sentar-se à frente do norte-coreano mas o norte-americano chegou tarde, saudou quem estava na mesa de honra e foi embora sem se sentar. A assessoria presidencial da Coreia do Sul disse que Pence tinha um encontro marcado com atletas de seu país. Pence trocou apertos de mão com outros líderes, incluindo o primeiro-ministro japonês e aliado próximo Shinzo Abe, mas não com Kim Yong-nam.
Na viagem a Pyeongchang, Pence manteve a linha dura do governo Trump em relação à Coreia do Norte, se encontrando com desertores do regime que vivem hoje na Coreia do Sul e fazendo diversas críticas ao governo de Kim Jong-un. Um de seus convidados na viagem, inclusive, foi Fred Warmbier, pai de Otto Warmbier, estudante norte-americano que morreu em junho do ano passado depois de ficar preso na Coreia do Norte durante 17 meses.
Antes de chegar a Pyeongchang, Pence havia deixado em aberto a possibilidade de algum contato com os norte-coreanos na Coreia do Sul, mas reiterando a insistência de Washington de que a desnuclearização da Coreia do Norte é uma condição necessária para uma paz permanente.
"Não solicitamos nenhuma reunião com representantes norte-coreanos, mas se tiver algum contato com eles em qualquer contexto, a nossa mensagem será a de sempre", disse Pence em Tóquio, na manhã de quinta (8). A resposta norte-coreana, no entanto, foi de que não tinha nenhuma intenção de se reunir com os EUA. "Nós nunca imploramos por diálogo com os Estados Unidos nem o faremos no futuro", disse um representante do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte.
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