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FBI admite ter ignorado 2ª denúncia contra o jovem que abriu fogo em escola da Flórida

Michele Eve Sandberg/AFP
Imagem: Michele Eve Sandberg/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/02/2018 16h00Atualizada em 16/02/2018 19h06

O FBI admitiu nesta sexta-feira (16) que falhou em investigar uma denúncia feita por uma pessoa próxima ao atirador da Flórida, Nikolas Cruz, alertando de que ele teria uma arma e poderia promover um massacre em uma escola. Esta é a primeira vez que a polícia federal americana reconhece que poderia ter impedido o ataque realizado na quarta-feira pelo jovem.

A denúncia, feita no dia 5 de janeiro por uma pessoa próxima ao jovem, afirmava que Cruz tinha "o desejo de matar pessoas, um comportamento errático e posta mensagens nas mídias sociais perturbadoras". Segundo a informação, o jovem tinha potencial para abrir fogo em uma escola, admitiu a agência em nota. 

Segundo o FBI, a denúncia deveria ter sido avaliada e encaminhada para o escritório local na Flórida. "Determinamos que os protocolos não foram seguidos com as informações recebidas", disse a agência. "A informação não foi repassada ao escritório do FBI em Miami e nenhuma investigação foi realizada na época", diz a nota.

A denúncia foi o segundo alerta feito ao FBI sobre Cruz. Um agente de fiança do Mississipi já havia informado para a agência sobre um comentário preocupante deixado em seu canal do YouTube sobre um usuário chamado "nikolas cruz". A mensagem dizia "Vou ser um atirador de escola profissional". Agentes investigaram a postagem, mas não conseguiram identificar quem seria o autor da postagem.

O diretor do FBI, Christopher Wray, indicou na nota que a agência ainda está "investigando os fatos" e comprometeu seu empenho em "revisar nossos procedimentos para responder a informações que recebemos do público".

"Os americanos devem estar vigilantes e quando membros do público nos contactam com suas preocupações, devemos agir de forma adequada e rápida", continuou Wray.

O procurador-geral americano, Jeff Sessions, apontou em nota que "fica claro que os sinais de alerta existiram e o FBI não os percebeu. Vemos as consequências trágicas dessa falha".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viajará nesta sexta-feira para a Flórida, onde deve se reunir com os familiares das vítimas do tiroteio de Parkland de quarta-feira, que deixou 17 mortos em uma escola de ensino médio. "Estou indo para a Flórida hoje para me reunir com algumas das pessoas mais valentes sobre a Terra - mas cujas vidas foram totalmente destroçadas", disse Trump em sua conta do Twitter.

Trump deve fazer a visita antes de seguir para West Palm Beach, onde passará o fim de semana junto com sua família no seu clube privado de Mar-a-Lago, situado também no sul da Flórida e apenas a 60 quilômetros ao norte de Parkland. (Com agências internacionais)