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Trump assina documento que limita presença de pessoas trans nas Forças Armadas

Jonathan Ernst/Reuters
Imagem: Jonathan Ernst/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/03/2018 00h28

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou oficialmente nesta sexta-feira (23) que o Pentágono proíba pessoas transgênero de se alistarem nas Forças Armadas, abrindo exceção somente em alguns casos.

Em memorando publicado pela Casa Branca e entregue ao secretário de Defesa, Jim Mattis, Trump destaca que pessoas trans que "possam ter a necessidade de tratamentos médicos importantes, especialmente com medicamentos ou cirurgias", estão desqualificadas para servir nas Forças Armadas, exceto em circunstâncias excepcionais".

A proibição havia sido anunciada por Trump em julho do ano passado, em seu perfil no Twitter. Na ocasião, ele disse que o governo federal não aceitaria nem permitiria que transgêneros nas Forças Armadas dos EUA, indo contra a política inicialmente aprovada pelo Departamento de Defesa durante a gestão do democrata Barack Obama, que ainda teria uma última revisão. 

"Nossas Forças Armadas devem se concentrar em uma vitória decisiva e avassaladora e não podem ser sobrecarregadas com os tremendos custos médicos e as interrupções que o transgênero nos militares implicaria", disse o presidente na postagem de 2017.

No final de agosto, o presidente assinou um documento ordenando ao Pentágono não aceitar mais o recrutamento de transgêneros, e entregou ao departamento de Defesa a decisão de como cobrir as despesas médicas de militares transgêneros já em serviço, recomendando a suspensão dos gastos com cirurgias para mudança de sexo.

Na ocasião, Trump deu ao Pentágono prazo até esta sexta-feira para elaborar uma nova política específica para os militares transgênero.

Nesta sexta-feira, porém, o memorando de agosto, que previa proibição total da presença de trans nas Forças Armadas, foi revogado com a publicação do novo documento, que abre algumas exceções.

Ainda nesta sexta, o Pentágono publicou relatório de Mattis que faz distinção entre pessoas transgênero que querem mudar de sexo ou já o fizeram, de pessoas que se identificam com o sexo diferente mas não precisam de procedimentos médicos.

Segundo o relatório, as primeiras não serão autorizadas a entrar nas Forças Armadas, enquanto as demais, sim.

Calcula-se que entre 2.500 e 7.000 pessoas transgênero sirvam em diversos setores das Forças Armadas dos Estados Unidos. Cerca de 250 militares estão em processo de transição para seu gênero escolhido ou tiveram aprovada formalmente a mudança de gênero com a equipe do Pentágono, de acordo com autoridades do Departamento de Defesa.

Indivíduos transgêneros podem servir abertamente no serviço militar desde 2016, quando o antigo secretário de Defesa Ash Carter encerrou uma proibição existente. (Com agências de notícias)