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Ao receber Macron, que defende acordo com Irã, Trump chama pacto de "insano" e "ridículo"

Brendan Smialowski/AFP
Imagem: Brendan Smialowski/AFP

Do UOL, em São Paulo

24/04/2018 12h41

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta terça-feira no Salão Oval seu colega da França, Emmanuel Macron, e aproveitou a oportunidade para criticar com firmeza o acordo nuclear com o Irã. "Todos conhecem a minha posição sobre o acordo com o Irã. É um acordo horrível", afirmou Trump ao lado do presidente francês, que defende o pacto com Teerã.

"É insano, ridículo. Nunca deveria ter sido feito. Mas vamos falar sobre isso", afirmou Trump. Macron insistiu que o acordo com o Irã é "importante" e ressaltou a possibilidade de vê-lo como parte de uma estratégia regional. "Devemos considerá-lo como parte de um quadro mais amplo de segurança para a região", disse o francês.

"Se (o Irã) reiniciar seu programa nuclear, terá problemas maiores do que jamais teve", advertiu Trump, que também criticou as ações desestabilizadoras do Irã na região.

Durante sua visita de três dias, o chefe de Estado francês vai debater assuntos importantes com Trump. Além do acordo nuclear com o Irã, os dois devem discutir ainda a crise na Síria, além da relação comercial entre a União Europeia (UE) e o governo do republicano. Macron fará um discurso perante ao Congresso. O líder francês é o primeiro presidente homenageado com uma visita e jantar de Estado desde que o magnata tomou posse em janeiro de 2017.

Tanto Trump quanto Macron apostam no encontro desta semana. Para o americano, uma recepção amigável a um chefe de Estado europeu pode ser vista como uma vitória em comparação com o seu último encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, que também o visitará nesta semana. Já Macron precisa mostrar que pode convencer o presidente americano a se manter como um forte aliado europeu ao manter o acordo com o Irã, as tropas dos EUA na Síria e a conceder isenções permanentes às tarifas de aço e alumínio aos produtos da UE.

Sobre as ameaças de tarifas sobre o aço e o alumínio europeus, Paris parece menos preocupada. O governo francês espera que a exceção temporária que beneficia a União Europeia até o momento se torne permanente, depois que terminar esse período especial em 1º de maio.

Ataque contra alvos sírios

Donald Trump agradeceu Emmanuel Macron por sua "firme colaboração" na recente operação militar na Síria em resposta ao suposto ataque químico do governo de Damasco e afirmou que é o momento ser "fortes" e estar "unidos". "Presidente Macron, povo da França, dos EUA, agora é o momento de ter força. Portanto, sejamos fortes, estejamos unidos", afirmou Trump após receber formalmente na Casa Branca, junto à primeira-dama, Melania, o presidente da França e sua esposa, Brigitte.

"Junto com nossos amigos britânicos, EUA e França recentemente tomaram ações decisivas em resposta ao uso de armas químicas pelo regime sírio. Quero agradecer pessoalmente ao presidente Macron, às Forças Armadas francesas e ao povo francês por sua firme colaboração", agradeceu o líder americano.

Os EUA executaram no último dia 13, junto com França e Reino Unido, um ataque na Síria no qual lançaram 105 mísseis sobre três supostas instalações governamentais que produziam e armazenavam armas químicas.

"Juntos, derrotaremos o terrorismo. Juntos, acabaremos com as armas de destruição em massa na Coreia do Norte e no Irã (...). Juntos, construiremos um multilateralismo mais forte", ressaltou Macron.

(Com agências internacionais)