Decisão de Trump sobre acordo com o Irã gera crise na ordem internacional, diz Merkel
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, criticou nesta sexta-feira (11) o presidente Donald Trump após seu anúncio de que irá retirar os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, firmado em 2015.
A chanceler lembrou que demorou 12 anos até que se chegasse a um acordo para que o Irã concordasse em interromper o enriquecimento de urânio, que poderia render ao país a produção de uma bomba nuclear.
"Não acho que seja correto cancelar unilateralmente um acordo que foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU. Isso causa a redução da confiança na ordem internacional", disse Merkel em um discurso na cidade alemã de Münster.
Ao comentar outra saída de Trump de um tratado internacional - o Acordo de Paris -, Merkel fez outra crítica a esse tipo de postura e disse que ela ilustra uma "crise real" entre as relações multilaterais.
"Se a gente sempre ficar dizendo isso, que não gostamos das coisas e que não conseguiremos estabelecer uma nova ordem internacional, todos vão fazer o que tiverem vontade. Isso é notícia ruim para o mundo."
Merkel conversou nesta sexta com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e ambos concordaram com a importância de manter o acordo nuclear com o Irã, segundo o Kremlin.
Em uma conversa por telefone, que ocorreu por iniciativa de Berlim, os dois líderes "frisaram a importância crucial de conservar o acordo nuclear para a segurança internacional e regional", segundo comunicado divulgado pela Presidência russa.
Putin e Merkel também trataram sobre o conflito na Síria e o conteúdo da reunião que terão no próximo dia 18 na cidade russa de Sochi.
A italiana Federica Mogherini, chefe de política externa da União Europeia e uma das responsáveis por costurar o acordo com o Irã, disse que a entidade está "determinada" em manter o tratado. "Obviamente, precisamos que o único país que pode destruir esse acordo unilateralmente, o Irã, permaneça comprometido", apontou.
Segundo ela, os EUA não podem encerrar o acordo. "Não é um tratado bilateral. É uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e pertence ao mundo inteiro."
Em conversas com líderes europeus, o presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou que a intenção do país é permanecer no acordo, apesar da saída dos EUA. (Com agências internacionais)
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