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Atirador ataca redação de jornal de Annapolis, nos EUA, e mata cinco pessoas

Do UOL, em São Paulo

28/06/2018 16h34Atualizada em 29/06/2018 09h36

Ao menos cinco pessoas morreram nesta quinta-feira (28) quando um homem armado abriu fogo dentro da redação do jornal Capital Gazette, em Annapolis, cidade histórica a uma hora de Washington. O ataque também deixou dois feridos.

Segundo o próprio Capital Gazette, o atirador foi identificado pelas autoridades como Jarrod W. Ramos, de 38 anos, que foi preso e está detido para interrogatório. Ele participa de uma disputa judicial com a publicação desde 2011 por acusação de assédio sexual.

O ataque durou durou cerca de um minuto e meio, e foi interrompido pela rápida chegada da polícia. Com o suspeito, preso no local do ataque, foram encontrados um fuzil, uma escopeta e explosivos.

Segundo a polícia, o ataque ao prédio em que são escritos os jornais The Capital e Maryland Gazette foi planejado. As autoridades afirmaram que o homem entrou no edifício em busca "de suas vítimas". 

A empresa vinha recebendo ameaças pelas redes sociais. A polícia ainda não sabe quem é o autor das ameaças, que foram enviadas até esta quinta. 

Annapolis é a capital do Estado de Maryland, e tem uma população estimada de pouco mais de 39 mil habitantes. Há seis dias, a polícia local havia realizado um treinamento de reação a ataques de atiradores. O exercício saiu nas páginas do jornal atacado.

28.jun.2018 - Policiais atendem a chamado de atirador que atacou a redação de um jornal em Annapolis, nos Estados Unidos - Greg Savoy/Reuters - Greg Savoy/Reuters
28.jun.2018 - Policiais isolam área próxima à redação do Capital Gazette após o ataque
Imagem: Greg Savoy/Reuters

Como foi o ataque

O atirador entrou na redação pela porta de vidro e começou a disparar, segundo o repórter do jornal Phil Davis relatou nas redes sociais. Em um tweet, o jornalista publicou: "Um homem com uma arma entrou pela porta de vidro e atirou contra vários empregados do jornal. Não posso dizer muito mais e não quero declarar ninguém morto, mas a situação é ruim." 

No momento do ataque ao prédio de quatro andares havia cerca de 170 pessoas no edifício. 

"Não há nada mais aterrorizante do que ouvir várias pessoas levando tiros enquanto você está embaixo de sua mesa, e então ouvir o atirador recarregar a arma", também escreveu Davis, que cobre crimes para o jornal. O repórter está tuitando enquanto aguarda para ser entrevistado pela polícia. 

O ataque reavivou as lembranças de um incidente ocorrido em 2015 em Roanoke, na Virgínia, no qual dois jornalistas foram assassinados durante uma transmissão ao vivo de um canal local de TV.

Após o ataque, o presidente Donald Trump se manifestou no Twitter. "Antes de partir para Wisconsin fui notificado sobre o ataque ao Capital Gazette, em Anápolis, Maryland. Meus pensamentos e preces estão com as vítimas e suas famílias. Obrigada aos primeiros socorristas que estão atualmente no local."

O governador de Maryland, Larry Hogan, escreveu no Twitter que está "arrasado" com a tragédia. "Por favor, escutem os avisos e fiquem longe da área. Estou rezando por todos que estavam lá e por nossa comunidade", escreveu. Mais tarde, Hogan foi ao local do ataque para falar com a imprensa. 

Fazemos isso para servir à comunidade

Editor do Capital Gazette, Jimmy DeButts também se manifestou nas redes sociais. Ele pediu a outros jornalistas que parassem de pedir entrevistas. Disse estar "arrasado e com o coração partido", e explicou o motivo pelo qual os jornalistas da publicação fazem o trabalho que fazem. 

"Saibam que os repórteres e editores do Capital Gazette dão tudo de si diariamente. Não trabalham só 40 horas por semana, não recebem grandes salários - se movem só pela paixão de contar as histórias de nossa comunidade", escreveu. "Fazemos o melhor para contar as histórias das pessoas, aqueles que tornam nossa comunidade melhor. Por favor, entendam, fazemos tudo isso para servir a comunidade."

Policiais de outras cidades foram enviados para a sede de grandes jornais, como o New York Times, para reforçar a segurança.

Segundo informou o Departamento de Polícia de Nova York, a operação especial "não está baseada em nenhuma ameaça específica", mas se trata de uma "prática habitual" neste tipo de situação.

(Com agências internacionais )