Espanhóis criam azeitonas com rastreador para prevenir roubos
Uma dupla de agricultores espanhóis investiu em seu lado empreendedor para enfrentar os frequentes roubos que vinham sofrendo em sua plantação de azeitonas: usar frutos artificiais rastreáveis como iscas para os ladrões.
Safra após safra, Antonio Berrio e Ricardo Cárdenas estavam cansados de ver partes de suas plantações serem roubadas e vendidas às cooperativas como sendo de outras pessoas e procedências. Eis que surgiu a ideia: e se eles criassem uma azeitona falsa que, integrada à plantação, poderia ser identificável na hora da venda? Assim surgiu o Agrosecurity.
Funciona como arapuca: é uma azeitona feita de silicone, borracha ou plástico com um pequeno ponto de identificação com frequência de rádio. "Peso, cor e tamanho são semelhantes aos de uma azeitona real, de modo que fica praticamente indetectável ao toque ou visão", explicou Cárdenas ao jornal espanhol "El País".
Cada série vendida tem seu código único, desta forma o fazendeiro pode colocar suas informações nos protótipos e identificá-lo. Assim que um lote roubado for encontrado, é possível saber de onde veio. "Ele fornece informações sobre o produtor e onde poderá ser localizado", explicou o sócio.
O produto pode ser pendurado na árvore ou no chão junto a outros frutos verdadeiros. Dessa forma, o ladrão não conseguiria identificar que ali há um protótipo.
O furto de colheitas tem se mostrado um problema real na Espanha. De acordo com o "El País", em 2017, houve 37 casos por dia em plantações no interior do país. Ao todo o número passa de 13.660 atos criminosos.
Com o produto desenvolvido pelos agricultores, tanto os fazendeiros podem identificar seus produtos desviados quanto as cooperativas que compram as safras podem saber a procedência verdadeira dos frutos, além de ser possível avisar as autoridades.
O plano é que as iscas sejam vendidas em máquinas automáticas instaladas nas cooperativas ou diretamente pelas organizações. Para Cárdenas, o preço é um dos fatores mais relevantes. Atualmente, eles pensam em vender em caixas de três a cem produtos, com valor a partir de 3,99 euros (cerca de R$ 18).
Para colocar em ação, os inventores buscam por apoiadores. "O investimento total é de 10 milhões de euros (R$ 45 milhões), embora com 3 milhões de euros (R$ 13,5 milhões) já possamos lançá-lo no mercado", informou Cárdenas ao jornal. Os ventos parecem favoráveis. "Já recebemos ligações de produtores de laranjas valencianos interessados na proposta."
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