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Mourão diz que Brasil poderá enviar ajuda humanitária pedida por Guaidó

O chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, acena para a multidão durante manifestação - Federico PARRA 23.jan.2019/ AFP
O chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, acena para a multidão durante manifestação Imagem: Federico PARRA 23.jan.2019/ AFP

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

30/01/2019 12h33Atualizada em 30/01/2019 12h46

O vice-presidente general Antônio Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta quarta-feira (30) que o governo brasileiro poderá enviar recursos pessoais e materiais como ajuda humanitária pedida pelo líder oposicionista da Venezuela, Juan Guaidó, que se declarou presidente encarregado do país na última quarta (23).

"Tem, né? Tem [como o governo brasileiro ajudar]. A gente pode fornecer médico, medicamentos e alimentos, principalmente. Até por meio de doações. Vocês veem que na região de Brumadinho já pediram para suspender a quantidade de donativos que estão chegando pela generosidade do nosso povo", disse Mourão.

Na segunda (28), pelo Twitter, Guaidó convocou manifestações pacíficas para hoje na Venezuela. As marchas pedirão eleições livres e a liberação da entrada de ajuda humanitária, entre outras pautas. Ele reclama que, atualmente, a ajuda enviada é impedida de chegar aos cidadãos pelos militares, cuja maioria apoia o presidente Nicolás Maduro.

Desde que se autoproclamou presidente da Venezuela, Guaidó foi reconhecido como o mandatário do país pelo governo brasileiro de Jair Bolsonaro (PSL). Ele conta com o apoio da Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Chile, Peru, Canadá e Equador. A União Europeia reconheceu a legitimidade da Assembleia Nacional, da qual Guaidó é presidente, mas não sua interinidade no lugar de Maduro. Aliados de Maduro são China e Rússia, entre outros.

Nesta quarta, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Guaidó disse esperar dos presidentes brasileiro e colombiano que, "nos próximos dias, nos ajudem a fazer entrar por nossa fronteira tudo o que possa vir como ajuda humanitária".

Mourão informou que aguarda a definição do que está sendo pedido e a determinação do envio ficará a cargo a Bolsonaro.

O vice-presidente ainda disse enxergar com preocupação a prisão de dois jornalistas chilenos que trabalhavam na Venezuela enquanto nas proximidades do palácio presidencial Miraflores. Segundo Mourão, as últimas informações recebidas por ele e pelo embaixador chileno no Brasil dão conta de que os profissionais ainda não foram libertados. 

Nesta semana, um repórter brasileiro do jornal gaúcho Zero Hora também foi detido quando trabalhava no país. Ele foi liberado após ter sido interrogado e ter celular e passaportes apreendidos temporariamente.