Topo

Nigeriano de 8 anos que vive em abrigo nos EUA vira campeão de xadrez de NY

Tanitoluwa Adewumi, 8, o novo campeão estadual de xadrez para crianças do jardim de infância ao terceiro ano de Nova York - Christopher Lee/The New York Times
Tanitoluwa Adewumi, 8, o novo campeão estadual de xadrez para crianças do jardim de infância ao terceiro ano de Nova York Imagem: Christopher Lee/The New York Times

Do UOL, em São Paulo

20/03/2019 13h51Atualizada em 21/03/2019 17h38

Tanitoluwa Adewumi deixou a Nigéria rumo aos Estados Unidos em 2017. Pouco mais de um ano depois, ele leva para o abrigo onde mora, em Nova York, o troféu de campeão estadual de xadrez em sua categoria.

A história do nigeriano de oito anos ganhou destaque depois de sair no jornal americano "The New York Times", e um financiamento coletivo na internet agora busca dar uma casa ao pequeno.

Tani, como é conhecido, mora com a família em um abrigo de Manhattan. Seus pais, juntamente com os dois filhos, deixaram a Nigéria devido à perseguição do grupo terrorista Boko Haram aos cristãos do país. Com a ajuda de um pastor, eles chegaram ao abrigo e agora aguardam o lento processo de asilo nos EUA.

O menino levou apenas um ano para aprender a jogar xadrez, com um professor da escola primária PS116 que começou a frequentar. No começo, teve a menor classificação em um torneio (105). Agora, ele é o campeão estadual na categoria jardim de infância até a terceira série, superando crianças de escolas particulares de elite. Sua atual pontuação é 1587 (o melhor jogador do mundo, Magnus Carlsen, tem 2845).

"Um ano para chegar a este nível, escalar uma montanha e ser o melhor dos melhores, sem recursos familiares. Eu nunca vi isso", disse o professor de xadrez Shawn Martinez ao NYT.

Tani quase não pôde participar do clube de xadrez da escola, pois a família não tinha dinheiro para as taxas, mas a escola abriu mão de cobrá-las.

Os pais incentivam o talento do filho. A mãe, uma auxiliar de saúde, o leva todos os sábados a treinos livres, enquanto o pai, vendedor mobiliário e motorista de Uber, empresta seu laptop para o menino praticar. Tani diz que quer ser o melhor.

A família tem uma audiência pelo processo de asilo marcada para agosto. Segundo o NY Times, o menino teme ser deportado e disse se sentir americano. Na escola, colegas de classe já o provocaram por causa de sua condição de desabrigado, os pais contaram ao jornal.

O coordenador do clube de xadrez, Russel Makofsky, aproveitou a repercussão da história no jornal americano para abrir um financiamento coletivo a fim de ajudar a família de Tani a conseguir um lar. "Vamos todos mostrar nosso coração e ajudar a família de Tani a ter uma casa onde ele possa continuar sua jornada", ele escreveu.