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Guaidó diz estar "forte" e convoca trabalhadores para uma greve geral

Juan Guaidó chega ao protesto para fazer pronunciamento a manifestantes um dia após levante ter fracasso em Caracas - Federico Parra/AFP
Juan Guaidó chega ao protesto para fazer pronunciamento a manifestantes um dia após levante ter fracasso em Caracas Imagem: Federico Parra/AFP

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

01/05/2019 14h17Atualizada em 01/05/2019 15h28

O líder do Parlamento da Venezuela e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, afirmou hoje que o movimento encabeçado por ele está "forte" e que nunca "retrocedeu" ao convocar a população para a partir de amanhã iniciar uma greve escalonada que culmine em uma greve geral.

"Estamos fortes, estamos comprometidos, estamos no caminho correto", afirmou em discurso feito durante manifestação no bairro de El Marqués, em Caracas.

Guaidó pediu que os venezuelanos se mantenham nas ruas. "Todos os dias tem que haver ações de protestos. Todos os dias!", disse.

Ele também pediu que os trabalhadores façam greves a partir de amanhã. "Amanhã é o início das greves escalonadas", convocou, afirmando que os trabalhadores não precisam temer porque não terão os dias descontados, já que leis permitem o direito de mobilização. "Se lhes demitirem por isso, procurem a Assembleia Nacional."

Ontem, militares que apoiam Guaidó usavam panos azuis  - Manaure Quintero/Reuters - Manaure Quintero/Reuters
Ontem, militares que apoiam Guaidó usavam panos azuis
Imagem: Manaure Quintero/Reuters

Azul como marca da oposição

Guaidó pediu que os trabalhadores usem alguma insígnia azul nos seus postos de trabalho para que se identifiquem como integrantes do movimento. Ontem, os militares que apareceram junto a Guaidó na base aérea de La Carlota usavam panos azuis para se distinguirem dos fiéis ao ditador Nicolás Maduro.

"Amanhã vamos acompanhar a proposta que nos fizeram de greves escalonadas, até conseguir uma greve geral", disse.

O autoproclamado presidente pediu ainda que as pessoas falem com os militares, que assumam a responsabilidade de convencê-los. "Todos vamos falar com os militares, todos vamos fazer parte dessa causa, igualmente com os funcionários públicos", afirmou. Ele disse ainda que os militares sabem quem se esconde e quem "dá a cara", assim como sabem "que os persegue e que os protege".

Guaidó disse ainda aos manifestantes que o fim do governo de Maduro está próximo, mas que é preciso seguir nas ruas.

Os opositores afirmam que durante o discurso os serviços de YouTube, Bing e Google ficaram restritos na Venezuela.

Maduro reprime protestos contrários ao governo

Manifestações contra o governo de Nicolás Maduro registraram confrontos entre manifestantes e a Guarda Nacional Bolivariana. Os atos realizados hoje, Dia Internacional do Trabalho, foram convocados pelo líder do Parlamento da Venezuela e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó.

Há confrontos na rodovia Francisco Fajardo, nas proximidades da base área de La Carlota, na zona leste de Caracas. Políciais lançam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. O local foi palco ontem de repressão violenta por parte das forças de segurança leais a Maduro.

Bombas de gás lacrimogêneo também foram lançadas contra manifestantes contrários a Maduro no setor de Santa Mônica, também em Caracas. Neste momento várias cidades do país registram protestos contra o ditador Nicolás Maduro.

Militantes impediram com gás lacrimogêneo o avanço de uma pequena marcha no bairro de El Paraíso, a quatro quilômetros do palácio presidencial de Miraflores, segundo imagens da mídia local.

Do outro lado, os chavistas, vestidos de vermelho, com bandeiras e cartazes "anti-imperialistas", celebravam o fracasso do que o governo denunciou como uma "tentativa de golpe de Estado".