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Foro de SP pede luta contra governos autoritários e cita Bolsonaro

Nicolás Maduro durante evento do Foro de São Paulo em Caracas, na Venezuela - Manaure Quintero/Reuters
Nicolás Maduro durante evento do Foro de São Paulo em Caracas, na Venezuela Imagem: Manaure Quintero/Reuters

Talita Marchao

Do UOL, em São Paulo

29/07/2019 12h12Atualizada em 29/07/2019 12h15

A declaração final emitida após o fim do 25º encontro do Foro de São Paulo pede o enfrentamento do "avanço da direita sobre os nossos povos". O documento cita "governos neoliberais reciclados, autoritários e profascistas, como, segundo o grupo, os de Bolsonaro no Brasil, Iván Duque na Colômbia, e Mario Abdo Benitez no Paraguai, Mauricio Macri na Argentina, Lenin Moreno no Equador e Juan Orlando Hernández em Honduras, que, diz o Foro, "destroem a democracia e direitos sociais conquistados".

A reunião, realizada em Caracas, na Venezuela, respaldou ainda o governo do ditador Nicolás Maduro na Venezuela e pediu a libertação imediata do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a nota, o petista preso "é vítima de um abusivo, ilegal e escandaloso exercício do poder judicial contra ele".

Demandas antigas do Foro, como a devolução do território de Guantánamo para Cuba, a soberania argentina sobre as ilhas Malvinas, o acesso da Bolívia ao mar e a independência de Porto Rico foram mantidos na declaração deste ano. O documento traz ainda o apoio formal às candidaturas de Evo Morales à reeleição; à chapa de Alberto Fernández e sua vice, Cristina Kirchner, na Argentina; e ao candidato da Frente Ampla, Daniel Martínez, no Uruguai.

São citados ainda "fatos sérios de perseguição política e violação de direitos humanos no Equador, Brasil e Argentina". "A prisão de Lula e de Jorge Glas [ex-vice-presidente do Equador] demonstra isso, assim como a acusação contra Cristina Fernández de Kirchner, Rafael Correa e Ricardo Patiño. E exigimos a liberdade de todos e de todos os presos políticos", afirma a nota.

Fundado por Lula e Fidel Castro em 1990 a partir de um seminário promovido pelo PT, o grupo reúne os principais partidos de esquerda da América Latina e do Caribe. O que deveria ser um espaço para debates transformou-se em um fórum retórico. Para analistas, atualmente pode ser considerado mais importante para a direita do que para a esquerda.

A edição deste ano foi esvaziada, sem a presença da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), e do presidente da Bolívia e candidato à reeleição, Evo Morales. Ambos mandaram representantes de seus movimentos, mas não participaram pessoalmente do evento.

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